sábado, 17 de janeiro de 2015

Artistas de rua da Cidade do Cabo

Todas as capitais ou grandes cidades mundo afora guardam uma praça central com apresentações de artistas. Normalmente o público é formado por turistas que doam quantias simbólicas nas caixinhas deixadas no chão ou quando alguém passa um chapéu pedindo uns trocados.
Na Cidade do Cabo esse ritual se repete, principalmente, com a apresentação de grupos infantis que cantam e dançam ritmos da cultura africana.
Existe uma lei na Cidade do Cabo que exige que os artistas tenham uma licença para se apresentar nas ruas. Obviamente muitos deles não têm essa permissão, e assim que avistam o carro das autoridades saem correndo para não terem que se explicar ou serem multados.
Em uma das vezes que estive na Green Market Square, no dia 06 de dezembro de 2014, a apresentação das crianças com as quais apareço na foto tinha terminado repentinamente porque as autoridades haviam chegado. Não tive a chance de vê-los se apresentar, mas nem por isso deixei de fazer a minha contribuição e as crianças retribuíram com um sonoro “ I Love you”.
Os demais artistas deste post fotografei no dia 11 de dezembro de 2014. A maioria das crianças falam línguas africanas e só um pouquinho de inglês. Lamentei não poder conversar com elas e saber um pouco sobre suas vidas e sonhos. 




segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Caminhando com girafas num safári

No dia 9 de janeiro de 2015, acordei bem cedinho para fazer um safári que teve início ás 6h30 da manhã. A manhã estava ensolarada, o vento frio e cortante dominava a região de Cape Karoo e, entre os solavancos do jipe, eu segurava firme minha máquina fotográfica para registrar os animais em seu habitat natural fazendo a primeira refeição do dia.

Ao avistarmos as girafas o nosso guia parou o jipe, desligou o motor e perguntou se gostaríamos de andar com elas. Um convite irresistível! Naquele momento havia três girafas ali e podemos chegar bem perto delas, andar lado a lado com aquelas senhoras pescoçudas e elegantes.
Meu irmão não quis caminhar com as girafas e preferiu ficar no jipe
Eu e o meu irmão no jipe antes de sairmos para o nosso primeiro safári
Fiz o meu primeiro safári aqui na África do Sul no dia 8 de janeiro de 2014 numa reserva particular,  Inverdoorn Game Reserve que fica cerca de 230 km da Cidade do Cabo.
A reserva criada em 1996 tem 10 mil hectares de área dedicada à conservação de 1.200 animais que representam 28 espécies e também uma infinidade de pássaros.
As planícies, com sua vegetação rasteira e semi-desértica, são abraçadas pelas montanhas que se perdem no horizonte.
Passear por entre os animais que alegremente se divertem com sua liberdade me trouxe uma paz infinita. O jipe parava inúmeras vezes, o guia nos dava informações sobre os animais e nós em silêncios os observávamos. 
Na reserva há um leão e duas leoas, vivem separados dos outros bichos e são alimentados com carne de cavalo, cachorro e outros animais que morrem nas clínicas veterinárias. Quando os vimos estavam dormindo e sequer se incomodaram com a nossa presença. Por questão de segurança, o motor do jipe não  foi desligado enquanto o rei da selva e suas amigas eram observados durante a sua soneca no final da tarde.

Eu e o meu irmão éramos os únicos brasileiros no grupo, os outros visitantes eram da Noruega, Holanda e Estados Unidos.
As zebras fizeram um espetáculo para nós com muitas demonstrações de carinho de um casal que parecia estar apaixonado.
Inverdoorn Game Reserve tem um programa de reabilitação das chitas desde 2001. 
No final da tarde, o safári terminou com a corrida de chitas. Os visitantes foram convidados a subir numa torre de observação para verem os animais correrem. 
As chitas são os animais mais rápidos do mundo e atingem a velocidade de 120 km por hora. 
Após a corrida, um frango como recompensa

Como os animas da reserva são alimentados e não precisam caçar, é preciso manter sua capacidade e habilidade para correr. Todos os dias é lançado um projétil com um pano amarrado para atrair as chitas e fazê-las correr.  
Carro do qual é lançado o projétil
Na torre de observação, suco, chá, café e salgadinho para ver a corrida das chitas
 
No safári ao amanhecer, percorremos as duas represas da reserva na esperança de encontrar os hipopótamos, mas eles se esconderam em algum lugar da reserva e não conseguimos vê-los.
Os rinocerontes de Inverdoorn foram os pioneiros de um projeto da organização www.rhinoprotect.org que desenvolveu um método de tratamento do chifre do rinoceronte para impedir o tráfego. Com este método também é possível detectar os consumidores de uma substância afrodisíaca feita a partir do chifre do rinoceronte.
Rinocerontes próximos aos bangalôs de Inverdoorn
O tratamento consiste em injetar uma solução, misturada com uma tinta vermelha, no chifre que não causa nenhum mal ao animal e é imperceptível na parte externa do chifre. Porém, esta substância pode ser facilmente detectada pelos aparelhos de Raio-X dos aeroportos e é imprópria para o consumo humano. 
Se uma pessoa ingerir qualquer quantidade do chifre de um rinoceronte que tenha sido tratado, terá fortes dores de cabeça, vômito, os olhos ficarão esbugalhados e os médicos facilmente identificarão a causa dos sintomas. A pessoa será imediatamente encaminhada para um interrogatório policial. Com este programa já foi assegurada a vida de três rinocerontes em Inverdoorn e 65 no Sudoeste da África.
Há dois elefantes machos em Inverdoorn e tive o prazer de ver um deles perfurando o tronco de um eucalipto com a presa. É tão rápido quanto uma furadeira. Com a tromba ele recolhe a serragem do tronco para se alimentar. O elefante é vegetariano e come 200 quilos de frutos, folhas, galhos, troncos e raízes por dia. É o único animal capaz de comer uma árvore inteira.
Eucaliptos que servem de alimento para os elefantes
Os búfalos, assim que perceberam a nossa presença, pararam de comer e vieram em nossa direção, desfilaram em fila indiana e foram embora. O maior búfalo, o reprodutor, vale quatro milhões de dólares.
 
Na reserva há uma grande variedade de antílopes.
Inverdoorn Game Reserve oferece várias opções de safáris e eu escolhi um pacote que incluía o transporte de ida e volta, uma noite de acomodação, almoço, jantar, café da manhã, um safári no entardecer e outro no amanhecer. 
Viajei com o meu irmão e dividimos um quarto na “guest house”, que é estilo quarto de pousada, a opção mais econômica do lodge. Para quem quiser se hospedar com muito luxo há bangalôs.


Nosso quarto e uma árvore maravilhosa no caminho para a piscina
Bangalôs de Inverdoorn
O almoço foi servido no restaurante próximo as poucas árvores da região semi-desértica do Karoo. 
Uma fogueira foi acesa enquanto tomávamos os aperitivos antes do jantar, que foi a beira da piscina, para que pudéssemos ver o céu estrelado. Nesta região a temperatura muda drasticamente, durante o dia fez calor, cerca de 35C e a noite a temperatura era 15C.
Local onde foi acesa a fogueira a noite 
Antes de ir para o jantar fotografei o pôr do sol.
Recebemos atendimento cordial de todos os funcionários durante a nossa estada em Inverdoorn, em especial da Aisha e do Paul que são do Zimbábue.
Eu e a Aisha Nyadore
Eu e o Paul Samanyai
Toalhas umedecidas eram oferecidas assim que retornávamos de um safári

As 67 pessoas que trabalham em Inverdoorn moram em casas bem próximas das acomodações dos hóspedes.
Se você estiver na província do Cabo, sem dúvida Inverdoorn é uma ótima sugestão de safári. www.inverdoorn.com