A destruição começou pelo telhado |
O destino que será dado ao casarão construído pelos imigrantes austríacos em 1948, um dos cartões-postais de Treze Tílias, está agora nas mãos do Ministério Público de Santa Catarina.
Acredito que esta medida só foi tomada porque centenas de pessoas se mobilizaram para impedir que parte do patrimônio arquitetônico catarinense virasse pó. O meu sincero agradecimento a todos que me apoiaram e saíram em defesa da preservação da nossa história. Nos juntamos a muitas outras pessoas que há meses já estavam se esforçando para barrar a demolição do casarão.
O email que encaminhei para o prefeito de Treze Tílias, Sr. Romeu Luiz Rabuski, perguntando sobre a autorização para demolir o referido imóvel, ainda não foi respondido.
No Brasil, somos obrigados a eleger os nossos representantes cuja obrigação, no exercício dos seus mandatos, é, entre outras, zelar pelas nossas cidades. Entretanto, esses senhores do poder, após serem empossados em seus cargos, muitas vezes tomam decisões arbitrárias que ignoram a vontade dos cidadãos que eles representam. Se estivéssemos em ano eleitoral, época das promessas, do sorriso largo que beija criancinhas e faz pose, provavelmente a resposta não seria o silêncio.
Hoje contamos com a velocidade da informação propiciada pela tecnologia que une idéias e pessoas do mundo todo em segundos. Não estamos mais isolados. Não é mais possível destruir patrimônios ou calar reivindicações com o ronco da moto-serra, com a marretada impiedosa que tudo destrói ou o abuso do poder.
Todos nós cometemos erros, mas só os grandes são capazes de assumi-los, rever decisões equivocadas e desculpar-se publicamente. Os medíocres preferem sustentar e justificar o absurdo das suas decisões agindo na surdina e atacando anonimamente.
Preservar o patrimônio histórico e cultural de uma cidade é dever e responsabilidade da administração pública. Entendo que os custos de manutenção e preservação do casarão fossem inviáveis para os proprietários e talvez por isso o imóvel tenha sido vendido.
Entretanto, o inaceitável é que em vez da Prefeitura explorar as inúmeras alternativas existentes para preservar um dos casarões mais belos da cidade, optou pela solução mais absurda e irreversível: a demolição.
Sabemos que a preservação do patrimônio arquitetônico de uma cidade é um dos fatores que faz crescer a indústria do turismo em qualquer lugar do planeta. Esta semana, por exemplo, foi reaberto ao público o Farol da Barra, em Salvador, o mais antigo das Américas, construído em 1698.
Já estive diversas vezes na Bahia e sempre que fui a Salvador visitei o forte que abriga o farol e o Museu Náutico da Bahia. Agora é possível também subir na torre do farol. Segundo Cláudio Tinoco, presidente da Saltur (órgão responsável pelo turismo em Salvador), a iniciativa deve trazer um aumento de até 15% no total de turistas que a cidade recebe. Somente no primeiro dia de visitação o Farol da Barra recebeu 653 visitantes. O valor do ingresso para se ver a Baía de Todos os Santos lá de cima é R$10,00 por pessoa.
Esse é apenas um exemplo de como decisões inteligentes não apenas podem preservar a memória de uma cidade mas também ser rentável para os cofres públicos.
Enquanto aguardamos o parecer do Ministério Público de Santa Catarina, registro aqui a minha esperança de ver o casarão transformado em um Centro Cultural, para promover atividades artísticas e abrigar a memória dos imigrantes que um dia se aventuraram pelo oceano rumo a outro continente, trazendo a força de seu trabalho e o seu senso estético, e construíram uma das mais encantadoras cidades do Estado.
Vc deveria ser processada pelo o que fala. Nao conhece nenhuma dessas pessoas as quais cita. Nao conhece o caracter, a historia, nem ao menos o que pensam. Nao deveria generalizar os políticos. Esse blog deve ser a única forma que tu encontrou para ser ouvida, infelizmente de uma forma mto ridícula.
ResponderExcluirParabéns Audmara, a sua atuação nessa luta, juntamente com milhares de internautas, foi decisiva para a suspensão mesmo que temporária, da tentativa de destruição da História e Cultura dos imigrantes austríacos que para cá vieram. Para aqueles que querem destratar o trabalho até aqui realizado dos que desejam o Tombamento do casarão, o assunto em questão está em boas mãos, está nas mãos do MP/SC e em tempo hábil saberá dar a melhor decisão que o assunto em questão assim o exige. Quanto a atual Administração Municipal não lhe responder o seu e-mail, isso é regra não é exceção. Continue nessa luta, Audmara. Infelizmente, muitos detratores surgirão, os interesses econômicos e políticos envolvidos nesse caso específico são muito poderosos. Note-se que eles, para demolirem o casarão, não se preocuparam nem com à visita oficial do Embaixador da Áustria que, juntamente com a consulesa honorária do Estado faziam ao Governador do Estado de Santa Catarina, aqui pertinho, em Florianópolis, no Palácio do Governo, na semana. A batalha inicial foi ganha, Audmara. A guerra ainda está por vir.
ResponderExcluirFlagra.
Só para constar, quem decidiu demolir o Hotel não foi a Prefeitura, mas o proprietário do imóvel. Também sou contra a demolição, mas apenas a fachada poderá ser mantida pois as condições são muito precárias para abrigar qualquer coisa dentro do casarão. Além disso, a cidade já possui um Museu onde são cobrados em torno de 2 reais pela entrada e que recebe pouquíssimas pessoas se levarmos em consideração os gastos que a Prefeitura tem com a manutenção e aluguel do espaço do Castelinho. Espero que a conta para preservar o patrimônio seja paga pelo Ministério Público do Estado ou pelo IPHAN, porque nossa pequena Prefeitura teria que deixar de atender muitas pessoas e parar obras públicas para pagar essa conta.
ResponderExcluirExcelente iniciativa! Sem contar que em uma DEMOCRACIA, somos livres para expressar a nossa opinião! Processados deveriam ser todos aqueles que cometem irregularidades com o patrimônio e o dinheiro público! Parabéns, e que muitos mais brasileiros venham a público mostrar a sua insatisfação!! Viva a democracia!!!
ResponderExcluirParabéns pela inciativa, não fosse pessoas como você nossa história simplesmente sumiria.
ResponderExcluirMeu deus!!! Voce caiu de paraquedas e nao sabe nem o que esta dizendo. Meu filho(a) o que Sra. Audy diz no seu blog eh totalmente verdade. Gostaria sim que o Sr. Prefeito ao menos pudesse responder a mensagem de um cidadao, ele como prefeito deveria fazer isso por obrigacao e nao se esconder atras de interesses... Meu amigo, eu como engenheiro, brasileiro morando no exterior, fico muito triste em saber que pessoas como vc ao inves de tentar dar sua opiniao porque o casarao deveria ser demolido ataca a Sra. Audy sem ao menos saber o conhecimento da mesma. Entao na proxima vez que for deixar um comentario pense, nao uma vez, 10 vezes antes de escrever isso >> Vc deveria ser processada pelo o que fala. Nao conhece nenhuma dessas pessoas as quais cita. Nao conhece o caracter, a historia, nem ao menos o que pensam. Nao deveria generalizar os políticos. Esse blog deve ser a única forma que tu encontrou para ser ouvida, infelizmente de uma forma mto ridícula.
ResponderExcluirGostaria de parabenizar a Sra. Audy pelo seu trabalho e empenho para manter nossa historia.
Jaime Diegues - Londres - Inglaterra
Já que todos vcs estao com razao...comprem o Hotel, tombem e arquem com as despesas do mesmo. As únicas pessoas que deveriam opinar sobre a questao seriam os moradores do municipio!
ResponderExcluirÀ título de esclarecimento aos comentaristas anônimos acima, o proprietário do imóvel em questão(Hotel Áustria), sr. Seewald, em entrevista noticiada pelas TVs locais, ofereceu o citado imóvel à Prefeitura e à mesma recusou à oferta de aluguel, por achar inviável o valor de R$.10.000,00 mensais. Na visão do Prefeito Rabusky e de seu vice Concatto, o valor era demasiado alto para os cofres da citada Prefeitura arcar, declarou o sr. Seewald. Sendo assim, à Prefeitura emitiu o Alvará de Demolição, sem maiores delongas burocráticas, ocasionando essa confusão que estamos presenciando e questionando nesse blog. Com relação ao assunto em questão ser somente questionado pelos moradores locais, por se tratar de assunto doméstico que compete só aos munícipes opinarem, levanta outros questionamentos. Um deles, evidentemente é o setor de turismo da cidade de Treze Tílias. Uma vez que, à cidade de Treze Tílias é conhecida no Estado e no país e, milhares de turistas visitam à cidade anualmente. Talvez por isso, eles se consideram parte da cidade e desejem manifestar à sua opinião.
ResponderExcluirE, a opinião do turista é muito importante.
Ou, não é?
Flagra.
Só para questão de informação Treze Tílias já não vive mais só do turismo, é uma cidade em constante crescimento nos setores industriais, transportes e agricultura, então o que precisamos no momento é de imóveis residenciais para abrigar todos os antigos e novos munícipes e não mais hotéis e museus, nos quais alguns turistas vêem uma vez a cada 2 ou 3 anos...
ResponderExcluirCom relação à cidade de Treze Tílias não depender só do turismo, isso é óbvio. Basta ler à matéria do blog e se percebe que estamos discutindo à demolição do Antigo Hotel Áustria. Dá para se concluir que, falando em termos econômicos, o turismo em Treze Tílias, deixou ou está deixando de ser um bom negócio para o setor. Senão, o proprietário do imóvel acima citado não desejaria demolí-lo. Está sendo questionado aqui, nesse blog, à demolição de um patrimônio histórico, um bem que, simbolicamente representa e retrata á história de um povo. À Cultura e às suas tradições . Um povo culto, inteligente, olha para à frente, sem esquecer às suas origens. Não é demolindo patrimônio histórico que se constrói. Uma cidade se desenvolve com Administração, com A maiúsculo, com visão política e econômica, com Plano Habitacional, com competência, com transparência, etc... Destruindo não se constrói cidades. Destruindo cultura e Artes se destrói à si próprio.
ResponderExcluirFlagra.
Tenho certeza, de quem ai esta a favor do tombamento do Casarão, nao mora em Treze Tílias. É uma pessoa que so veio um ou dois dias aqui na cidade e so tirou foto do patrimonio, e nem se hospedou. Agora veja bem, nossa prefeitura nao tem condiçoes de manter esse casarao, e se tiver, vai ter que deixa de gastar em saúde, transporte, etc. para manter esse patrimonio. Para nós Trezetilienses, a maioria é a favor da demolição. E nao gostaria de que o imposto que eu pago todo ano (mes) fosse revertido para uma coisa que vai fica ali parada sem valor nenhum (pelo minimo para mim), como está com o tempo acontecendo com o Castelinho, deste tempos atrás esta sendo cobrado R$2,00 por pessoa que visita o Museu, para tentar manter, e mesmo assim está dificil, porque a maioria dos turistas não tem mais interesse em ver.
ResponderExcluirGuilherme.
Audmara,
ResponderExcluirProponho uma variante nessa discussão em relação a derrubada ou não do Hotel Áustria. Se alguns ou a maioria dos trezetilienses não gostariam do retorno original do nome da cidade de Treze Tílias. Se é para desconstruir o "slogan" atual da Administração Municipal, "Tirol Brasileiro", não precisa derrubar patrimônio histórico para mudar à identidade da cidade. Basta mudar o nome da cidade, seu nome antigo, só que mais estilizado. Pode ser assim: "Nova Papuan", o slogan pode ser esse; "A Força do Contestado em Ação". Fica aí a sugestão para discussão e talvez um possível plebiscito entre os trezetilienses.
Vejo que nessa discussão, cada um tem a sua porcentagem de razão, mas seria interessante também saber o que viria no lugar da demolição.
ResponderExcluirMuita gente quer o Ex Hotel de pé mas não gostaria de pagar as contas da conservação do mesmo, outras não se importam nem com a conservação da sua própria casa ou calçada. Não podemos esquecer que a construção é em grande parte de madeira, cujo custo de conservação é bem maior. Acredito que todos tem direito à opinião, mas pra se formar uma opinião o mais próximo de justa é preciso se ter conhecimento de causa.
Bom, em linhas gerais, o único certo nessa história é com certeza o Sr. Francisco Klotz que certamentedeve ter vendido o imóvel muito bem vendido e multiplicou seu patrimônio.
Um abraço a todos e não se omitam, continuem a expressar vossas opiniões, todas são válidas.
Almer.