terça-feira, 28 de junho de 2011

Grupo Terra no Adventure Camp

Grupo Terra no Adventure Camp - São Luiz do Paraitinga 
O Grupo Terra é uma ONG cuja missão é difundir uma visão positiva da deficiência visual por meio do lazer, do esporte e da cultura, promovendo uma troca de experiências entre deficientes visuais e pessoas que enxergam.
Sou voluntária do Grupo Terra desde a sua fundação em 2002.

No sábado, 18 de junho de 2011, participamos da 2ª. Etapa do Circuito Adventure Camp em São Luiz do Paraitinga. A Equipe do Adventure Camp nos recebeu com muita alegria e disposição para tornar o nosso dia inesquecível.  Éramos um grupo formado por 20 Deficientes Visuais e 20 voluntários.
O nosso desafio era subir as ladeiras íngremes da cidade até o topo do morro onde estão as torres de TV e de lá seguir em frente por uma trilha.
São Luiz do Paraitinga vista do alto do morro
As duplas, um voluntário e um deficiente visual, foram formadas antes de entrarmos no ônibus em São Paulo. Durante a viagem até São Luiz do Paraitinga cada um teve a chance de conhecer melhor o seu parceiro de corrida ou caminhada. O Grupo Terra sempre organiza um cardápio de perguntas que cada voluntário recebe para ler para o deficiente visual e  começar a conversar. A troca de experiências é tão envolvente que a conversa logo deixa de ser  guiada para dar lugar a um bate-papo entre amigos. Cada um vai falando dos seus sonhos, suas conquistas, do que gosta de fazer e do que acha que não faz sentido. É essa energia e sintonia entre as pessoas que torna os nossos passeios memoráveis.
Maria Izilda, Audy e Samara no topo do morro.
Como voluntária vou sempre descobrindo nestas conversas outro jeito de viver, aprendo com os deficientes visuais a enxergar com a cegueira. Quando descrevo o que estou vendo amplio a minha percepção dos detalhes do que me cerca, me detenho na textura de uma folha, na espessura dos galhos secos caídos no caminho, no tamanho de uma pedra no chão ou nas irregularidades das calçadas. É a descrição do que vejo para o meu amigo que me permite admirar tantas outras belezas que muitas vezes, nós, os videntes, simplesmente não enxergamos.   Como sempre, foi maravilhoso passar mais um o dia junto com vocês. Foram muitas as conquistas neste passeio. Nós queríamos vencer as enormes subidas e chegar até o topo do morro, mas o essencial foi acreditar que era possível, respeitar os nossos limites e andando lado a lado chegamos lá.
Quero agradecer a oportunidade que tive de aprender, de conhecer outras pessoas, de selar amizades antigas e, principalmente, agradecer por todas as  lembranças que me foram proporcionadas. 
Grupo Terra no Adventure Camp em São Luiz do Paraitinga
O meu sincero agradecimento ao Zolino e toda a Equipe do Adventure Camp por ter nos convidado a participar do circuito. Obrigada pelo apoio e por fazerem parte da nossa história.
Muito obrigada à população de São Luiz do Paraitinga que nos recebeu com tanto carinho.
"O futuro não é um lugar onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. O caminho para ele não é encontrado, mas construído; e o ato de fazê-lo muda tanto o realizador quanto o destino." Antoine de Saint Exupery.

A seguir  trechos dos emails que trocamos após o nosso retorno  para São Paulo. 
“ O corpo ainda dói um pouco e a mochila está por desfazer. Mas é bom demais sentar aqui no sofá e relembrar tantos momentos bacanas que passamos juntos... Quantos planos, quantas expectativas, quanta roupa...    A natureza estava lá como sempre, de braços abertos para nos receber. Roupas? Que nada, foi o próprio sol que veio para nos aquecer e dar as boas vindas... E para completar o receptivo, tivemos o carinho da equipe do Camp sempre pronta a nos acolher, informar e estimular.  Contra-tempos à parte, chegou a hora tão esperada: começou a nossa corrida... Que subida foi aquela? Se eu soubesse acho que teria comido mais salada, rss. Testamos os nossos limites que, como muito bem disse o Douglas ( monitor ), hora estão no corpo, hora na cabeça. Acho que a prova de ontem tem muito a ver com a nossa vida. Tem momentos tão difíceis que a gente jura que não vai dar. Mas com um pouco de calma, uma respirada fundo aqui, um incentivo ali a gente se supera e, no final, é isso que vale. Gratidão imensa à todos que trabalharam para nos proporcionar um dia tão maravilhoso! “  Alexandre Toco – Deficiente Visual
“ Pelo jeito o passeio foi maravilhoso! É muito marcante quando encontramos dentro de nós esse ser divino e capaz. Que, inclusive está sempre aqui, mas a gente as vezes esquece disso, né? Fazer isso perto da natureza então... se torna uma conquista inesquecível.Não existem limites Alê. Acreditando a gente pode e faz TUDO acontecer.Parabéns, por acreditar, respirar e transpor os limites da cabeça e do corpo.Parabéns a todos por se dedicarem tanto, com carinho e amor, para que essa iniciativa acontecesse.Eu, mesmo aqui de longe, no Peru, estava conectada com vocês ontem, viu?!” Fernanda Campos - Grupo Terra


“ Realmente inesquecível o dia de ontem. Acho que todos os "sobreviventes" dessa selva que é nossa Sampa merecem um "retiro" pra carregar as baterias.  Esforço físico? Sim, muito. Nessas horas é que vemos o quanto exigimos pouco de nosso corpo em nossa rotina diária, mas... que delícia de cansaço esse, não? A mente purificada, tanto pelo ar puro que respirávamos enquanto caminhávamos, quanto pela energia mega vibrante do Grupo.  Valeu cada passo, cada ladeira, cada risada, cada suor. Valeu, Grupo Terra.”   Cleber de Paiva e Souza   - Deficiente Visual

“Com certeza, muitas vezes o obstáculo está na nossa cabeça... E ontem pra mim foi uma tremenda superação, eu com essa vida sedentária que levo, nunca imaginei subir aquelas ladeiras surreais e ainda por cima hoje não estou sentindo dor nenhuma no corpo. Espero que elas não venham amanhã..rs. Depois de ontem estou me sentindo "a atleta".Agradeço também toda equipe do Grupo Terra que mais uma vez foram fantásticos em tudo! Acertaram em cheio o roteiro do passeio, organização excelente, acolhimento, aconchego, tudo isso que o Grupo Terra nos oferece com tanta naturalidade!”  Maria Rita de Paiva e Souza – Deficiente Visual
Achei incrível a superação de cada um de nós nesse dia, e pude sentir também a integração do grupo todo em poder fazer sempre o seu melhor. Participar de corpo e alma em qualquer coisa que façamos na vida é muito importante, afinal o mais importante que levamos conosco, são os conhecimentos que adquirimos ao longo da vida e experiências únicas que cabe a nós dizermos “sim” ou “não” para que faça parte do diário de nossa vida. Meu agradecimento especial para a Iara, pois fomos formamos uma dupla nota 1000 durante todo o passeio. Pude aprender muito com ela também, pois em alguns momentos passou pela nossa cabeça que não conseguiríamos, nos superamos, sempre com palavras motivacionais, e encontramos a verdadeira força que muitas vezes nem sabemos que existe dentro de nós.”  
Kátia Amino Tsunashima  - Voluntária  Grupo Terra
Iara e Kátia superando os desafios da trilha
Eu também amei o passeio, sabia que ia ser legal e que a companhia seria muito agradável, mas não achei que seria tão legal quanto foi. Foi emocionante e eu realmente achei que não conseguiria subir aquele morrão. Adorei quando chegamos na mata, adoro a natureza e acho super emocionante estar mais perto dela. Espero que na nossa próxima trilha tenha mais mata e menos morro. Hahaha! Mas fiquei super feliz e adorei tudo! Kátia, também adorei você, te achei muito linda e simpática.” 
Iara Campregher Pasqualini -  Deficiente Visual
“Que delícia ler estes relatos todos! Eu acredito e sempre acreditei no propósito do Grupo Terra, na vibração que ela emana, e nas pessoas que ela atrai. Eu me sinto muito bem, inteira, gente, fazendo parte deste grupo. Grande beijo no coração de todos.”  Helena Mihoko – Grupo Terra

Ed Carlos e Iara com a medalha do Adventure Camp
“Gostei muito do passeio e de conhecer todos. Uma vibração legal e sinto que vocês são uma família. Estou entrando devagar , com certeza vou participar de outras atividades com vocês. Um grande abraço e muito obrigado pela oportunidade.”  Sandro Rodrigues – Deficiente Visual
“Cheguei em casa, coloquei a mochila no sofá e me encaminhei imediatamente para um banho daqueles. Enquanto a água quente caía, pela minha cabeça passava um filme de quase 9 anos de Grupo Terra. Foram tantas as emoções, tantas as conquistas, aprendizados e amizades construídas, para não dizer até relacionamento amoroso.Ontem o corpo não doía nada, hoje ele só me relembra que a caminhada foi forte. Confesso que nunca havia subido uma montanha como aquela, mas quem pensa no Aconcagua, melhor se acostumar. Espero sinceramente poder reencontrá-los em novos eventos, novas aventuras!” 
Jucilene Braga – Deficiente Visual

"O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem..." - Guimarães Rosa
 
Escolhi o Guimarães Rosa para expressar o que pude viver e compartilhar com todos vocês no sábado. Num único dia vivemos tudo isso... testamos os limites do corpo e da cabeça como bem disse o Douglas mas não deixamos de ter coragem!! Para mim foi delicioso, foi como voltar ao lugar de partida, já que comecei a "namorar" o Grupo Terra enquanto o Arnaldo fazia corrida de aventura. Obrigado pela presença, pelos momentos que partilhamos e por fazerem do nosso dia um grande encontro!!  Silvia Gallo –  Grupo Terra
Almoçando em São Luiz do Paraitinga

sábado, 25 de junho de 2011

A Cidade Proibida (The Forbidden City in Beijing)

A Cidade Proibida vista do mirante
Entrando na Cidade Proibida
Quando cheguei em Pequim já tinha feito o roteiro dos lugares que eu iria visitar. Reservei um dia inteiro para conhecer, ou melhor, ter uma idéia sobre o gigantesco complexo arquitetônico que forma a Cidade Proibida. São 980 edificações que somam no total 8.704 cômodos numa área de 720.000 m2. A Cidade Proibida começou a ser construída em 1406 e levou 20 anos para ser concluída. Foi residência de 24 imperadores durante a Dinastia Ming (1368-1644) e a Dinastia Qing (1644-1911). Era considerado um lugar divino e, por isso, era proibida a entrada das pessoas comuns. Daí vem a denominação, “Cidade Proibida”.
O muro e uma torre de segurança
Os muros que cercam a Cidade Proibida têm 10 metros de altura e 8 metros de espessura. O fosso com água tem 6 metros de profundidade e nos quatro cantos da muralha há torres de vigilância. Estas torres são as únicas construções visíveis para quem está do lado de fora da Cidade Proibida.
Eu e o meu chapéu de palha que veio para o Brasil.
Era junho de 2010. Um dia ensolarado de verão e fazia um calor intenso quando visitei a Cidade Proibida. Logo na entrada, antes de me dirigir para uma das longas filas para comprar o ingresso para a visitação, fui até uma barraquinha que vendia chapéus, vários tipos de guarda-chuva, sombrinhas, bonés e outros aparatos para espantar o calor. Resolvi comprar um chapéu de palha que os agricultores usam para fazer o plantio e cultivo do arroz. O chapéu, muito leve e amplo, protegia o meu rosto, o pescoço e os ombros. Além disso, não me atrapalhava para fotografar como os bonés que sempre enroscam na máquina fotográfica. O vendedor fez questão de colocar o chapéu na minha cabeça e ajustar as cordinhas. Em segundos virei atração turística. Muitos chineses me fotografaram e outros queriam ser fotografados ao meu lado. Tive o meu dia de celebridade durante as muitas horas que andei pela Cidade Proibida.
Esculturas nos muros e nas escadas
Há muitos detalhes e pinturas coloridas nos tetos e telhados. Esculturas delicadas estão presentes em todas as construções. As cores predominantes são o vermelho e o amarelo que só os imperadores tinham o direito de usar.

Na maioria dos Palácios não há nada dentro, o que permite o visitante observar melhor as pinturas que ricamente decoram as paredes.
Para quem gosta de fotografar e adora arquitetura como eu, com certeza, um dia inteiro não é suficiente para conhecer a Cidade Proibida.

Nos jardins imperiais, uma das edificações mais interessantes é o “Dui Xui Shan” ou “Hill of Accumulated Elegance”.
Dui Xui Shan
Na verdade não é um morro, e sim uma estrutura de pedras, com 10 metros de altura, que foi construído com pedras trazidas de diversos rios. Os imperadores costumavam subir até o pavilhão com suas concubinas para apreciar a vista.   
Do lado de fora da muralha vermelha, e um pouco distante, tem um mirante. Apesar do cansaço, das minhas pernas estarem ardendo de tanto que eu tinha caminhado, resolvi subir até o topo do morro para ver a Cidade Proibida lá do alto. Valeu o esforço, a vista é muito além do deslumbrante.
O mirante
Era final de tarde e eu já tinha feito bastante sucesso durante o dia com o meu chapéu de palha. De repente vejo uma barraquinha que alugava trajes típicos. Impossível resistir à tentação de me ver trajada como uma chinesa… Assim que me aproximei da barraquinha fui recebida calorosamente por quatro chinesas que começaram a me mostrar todas as opções de roupas e chapéus disponíveis. Uma delas falava um pouco de inglês e gentilmente aceitou fazer algumas fotos com a minha máquina. Outra me ofereceu dois tipos de chapéu para eu usar. Os dois apertavam muito a minha cabeça, eram pesados e o desconforto imenso. Colocar os sapatos foi uma aventura, não sei o que era pior: o meu cansaço ou a minha incapacidade de me equilibrar com aqueles sapatos que o salto ficava no meio da planta do pé. Só consegui andar até o “trono” porque fui amparada por duas chinesas.  
Calço número 35, mas para o padrão chinês, o meu pé é enorme 
É claro que muitos turistas chineses se divertiram com a cena cômica e registraram alegremente o meu inesperado ensaio fotográfico. Serviu para me lembrar que uma idéia “brilhante” sempre terá conseqüências à altura...   
No trono, eu e o meu visual chinês   

A Cidade Proibida vista do mirante
Desci do mirante por um caminho oposto ao que eu havia subido e lá embaixo encontrei um parque com muitas árvores, flores, bonsais, pessoas cantando e tocando vários instrumentos em grupos e outras jogando dominó.  Os jardins eram tão lindos e a cantoria tão agradável que superei o cansaço e continuei andando até o sol se esconder.     

A torre de vigilância e o fosso de água

Muitas flores e bonsais no parque

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Chaveiro com peixe vivo

Andando pelas ruas de Xangai encontrei um vendedor ambulante, sentado no chão,  comercializando chaveiros muito diferentes de tudo o que eu já tinha visto. Olhei com bastante atenção e vi que dentro dos saquinhos de plástico, em forma de coração, havia água e dois peixinhos dourados nadando naquele espaço minúsculo. Não sei quanto tempo os peixinhos vivem dentro da embalagem de plástico porque não foi possível me comunicar com o vendedor.
 Apesar da falta do diálogo ele entendeu, com a minha mímica, que eu queria fotografar o chaveiro exótico. Prontamente segurou um  com as pontas dos seus dedos.  
O peixe dourado é um descendente da carpa e teve a sua origem na China há mais de mil anos. Eram mantidos dentro de vasos de cerâmica e só a realeza podia ter os peixes dourados. Mais tarde foram introduzidos nos lagos dos jardins e se reproduziram em grandes quantidades.
O peixe dourado, segundo os chineses, traz prosperidade, fortuna e boa sorte e por isso é muito popular na China.

domingo, 19 de junho de 2011

Mesquita Sheikh Zayed em Abu Dhabi



Visitei a Mesquita Sheikh Zayed na primeira vez que estive nos Emirados Árabes Unidos. De Dubai para Abu Dhabi são apenas 140 km. A rodovia  segue praticamente todo o trajeto em linha reta, cortando as areias do deserto sem fim.

Eu, à esquerda, a indiana e a australiana

Como eu estava viajando sozinha, procurei uma agência de viagem para ir até Abu Dhabi e conhecer a Grande Mesquita Sheikh Zayed. Éramos apenas quatro pessoas no grupo. Eu, uma senhora da Austrália e um casal da Índia.   
Na entrada da Mesquita as mulheres recebem uma vestimenta preta e um véu para cobrir os cabelos. Só é permitido entrar na Mesquita após vestir a roupa preta. Coloquei aquela espécie de túnica por cima da minha roupa assim que me entregaram. Pedi para me ajudarem com o véu porque eu nunca tinha usado um e não tinha a menor idéia de como fazer os transpasses.
Estive em Abu Dhabi no dia 28 de junho de 2010. Já era início do verão e fazia 49C. A sensação térmica era de 55C. Além do desconforto do calor, assim que coloquei toda aquela roupa preta comecei a sentir um pouco de tontura e achei que iria desmaiar... felizmente consegui resistir ao calor.   
Era tão quente que a minha máquina fotográfica logo travou e só voltou a funcionar quando entrei no carro e o ar condicionado a esfriou.    

Eu quase derretendo... Fazia 49C e a sensaçao térmica era de 55C

A Mesquita Sheikh Zayed é a terceira maior do mundo com capacidade para 40.000 pessoas. A sua construção começou em 1996 e foi inaugurada em 2007.
A seguir alguns dados sobre esta construção monumental.


Área construída: 22 mil m2
Aço usado: 33 mil toneladas
Concreto: 120 mil metros cúbicos
Empresas contratadas: 38
Domus: 82
Trabalhadores na construção: mais de 3.000 pessoas

Custo: 545 milhões de dólares

Para construir a Mesquita foram utilizados materiais e mão-de-obra de muitos países, uma obra arquitetônica “Unindo o Mundo”, afirmaram os árabes. Além dos profissionais dos Emirados Árabes Unidos, participaram do projeto e execução pessoas da Itália, Alemanha, Marrocos, Malásia, Índia, Turquia, Irã, China, Reino Unido, Grécia e Nova Zelândia.

Dentro da Mesquita está o maior tapete persa do mundo. O tapete mede 5.627 metros quadrados e foi feito por 1.300 mulheres iranianas. Foram necessários quase 2 anos para o tapete ficar pronto e tem 2.268.000.000 nós.
Lavatório feminino,utilizado para higiene pessoal antes das orações


Escadas de acesso ao lavatório 


sexta-feira, 17 de junho de 2011

O Jardim Botânico de São Paulo


Ontem passei o dia no Jardim Botânico de São Paulo. Um dos lugares mais lindos da cidade que eu não visitava há anos. Não trabalhei porque  era feriado no país da missão diplomática para a qual trabalho. Normalmente os Consulados respeitam alguns feriados brasileiros e outros do país que representam. Então, nada mais justo do que ir passear no “meu feriado”, afinal, no próximo feriado nacional estarei trabalhando.
A avenida que dá acesso ao Jardim Botânico é bastante movimentada, com muitos ônibus, trânsito pesado, barulho estridente de buzinas e das motocicletas em alta velocidade. O comércio intenso e as edificações descuidadas contrastam com a beleza do Jardim Botânico. 


Assim que entrei no Jardim Botânico, tive a impressão de que tinha sido levada, como que num passo de mágica, para outro mundo. Aos poucos os ruídos foram substituídos pelos cantos dos pássaros e pelo som das águas em movimento.

 Logo na entrada o visitante é agraciado com a belíssima Exposição “Flores – uma explosão de vida em forma de cores”. A Exposição, sob a curadoria do Núcleo de Educação e em parceria com a Agência Ambiental Pick-upau, apresenta um registro fotográfico composto por 30 banners e 60 fotos. O objetivo é mostrar as belezas, cores e formas das flores, e sensibilizar o visitante sobre a importância da preservação e conservação das plantas, fundamental para o processo de manutenção do ciclo de vida vegetal, animal e conseqüentemente para a sobrevivência do Homem.
Exposição:  “Flores – uma explosão de vida em forma de cores”

Data: até 31 de setembro de 2011
Local: Jardim Botânico de São Paulo
Av. Miguel Stéfano, 3687 – Água Funda / SP
Terça-feira a domingo das 9:00 às 17:00h
Ingresso: R$ 3,00 (Para entrar no Jardim Botânico)

Dr.Hoehne
O Jardim Botânico de São Paulo ocupa uma área de 36 mil m2 e é propriedade do Governo de São Paulo desde 1917. O Dr.Hoehne, foi o naturalista que implantou o Horto Botânico em 1928. 

O Museu Botânico Dr.João Barbosa Rodrigues foi inaugurado em 1942 e abriga sementes e folhas coletadas no início do século passado. Em uma das salas do Museu me deparei com um galho de Marcela coletado em 1917. A marcela, segundo a tradição no Sul do Brasil, deve ser colhida antes do amanhecer da sexta-feira santa, ainda orvalhada. As pessoas repetem este ritual todos os anos. É o chá de marcela, amargo e amarelado, que cura qualquer dor de estômago. Eu, como todo catarinense, tomo chá de marcela desde criança, colhido conforme a tradição. Não sei se o chá de marcela vendido nas lojas de produtos naturais tem o mesmo efeito, mas que é um "santo" remédio para dor de estômago, isso ninguém pode duvidar. Aliás, é tão amargo que só com o cheiro a gente já melhora, engolir é um ato de bravura. 
A seguir algumas fotos que fiz  durante as muitas horas que passei andando pelo Jardim Botânico.

Museu Botânico Dr.João Barbosa Rodrigues

Marcela coletada em 1917

Amostra de plantas coletadas há muitas décadas

  
As Estufas do Jardim Botânico

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A Trilha da Nascente, com 360 metros, é suspensa.

O portão construído em 1894

A entrada do Jardim Botânico

Fotografando Flores no Jardim Botânico