Em fevereiro deste ano fiz a minha inscrição para correr “PARIS-VERSAILLES La Grande Classique” que seria no dia 29 de setembro de
2013. No ato da inscrição foi solicitado o envio de um atestado médico informando
que o participante tinha condições físicas para correr e estava autorizado por um
médico. No Brasil não existe tal procedimento nem para provas mais longas como a
Meia Maratona do Rio de Janeiro que corri em julho deste ano.
Organizei a minha viagem para Europa incluindo apenas a
Grécia e a França num roteiro de 22 dias. Cheguei a Paris no dia 25 de setembro.
Na sexta-feira, 27 fui retirar o kit da corrida no Palácio dos Esportes e lá
encontrei com a minha amiga Mônica Osaki que tinha viajado para a Holanda antes de vir para Paris. Nós havíamos
decidido correr “PARIS-VERSAILLES La Grande
Classique” em dezembro do ano
passado quando estávamos participando da Maratona de Revezamento Ayrton Senna
no Autódromo de Interlagos em São Paulo.
Ontem, 29 de setembro
de 2013, nos encontramos na estação Dupleix e fomos andando para a largada da
corrida. O dia estava nublado, tinha chovido e a temperatura era 18C.
A largada da corrida foi às 10h00, aos pés da Torre Eiffel onde
25.000 corredores do mundo inteiro ali se aglomeravam.
Para que todos tivessem a chance de ter a sua largada, a cada minuto era feita a contagem regressiva para um pelotão de 350 atletas.
Para que todos tivessem a chance de ter a sua largada, a cada minuto era feita a contagem regressiva para um pelotão de 350 atletas.
Havia muitos brasileiros na corrida.
Juliana e Thiago de Campinas, correndo na Lua de Mel
Quando chegou a nossa vez de largar já haviam
passado 14.600 corredores. O locutor dizia: “você está na Paris-Versalhes, é
a sua vez de partir", e em seguida fazia a contagem regressiva de 5 segundos. Uma emoção enorme largar com a Torre Eiffel a
esquerda e o Rio Sena a direita.
Logo no primeiro quilômetro uma orquestra sinfônica tocava
para os corredores que aplaudiam os músicos na rápida passagem. Havia muitas orquestras
por todo o percurso e apenas um grupo de Música Afro que de longe ouvíamos as
batidas dos tambores.
Aos poucos nos afastamos do Rio Sena e chegamos ao primeiro
ponto de hidratação que era no quinto quilômetro, além de água havia torrões de
açúcar. As ruas iam ficando cada vez mais estreitas e quando chegamos ao sexto
quilômetro era o início de uma grande subida, extremamente íngreme com quase dois
quilômetros de extensão. Eu e Mônica corríamos lado a lado e neste momento
decidimos diminuir muito o nosso ritmo assim como quase todos os corredores que
subiam ofegantes. Foi nesse momento que entendi o porquê do atestado médico.
Eu já corri a São Silvestre duas vezes, e a temida subida da Avenida Brigadeiro
Luiz Antônio é infinitamente mais fácil do que a “ Côte de Gardes e a Avenue de
Château”.
Assim que vencemos a maior subida do percurso, no oitavo
quilômetro, o segundo ponto de hidratação que tinha água, torrões de açúcar,
gomos de laranja e uva passa que peguei de dentro de uma bacia. Foi importante
ganhar um pouco de energia antes de começar a descida do morro, dois quilômetros
correndo por um asfalto estreito que em alguns trechos terminava e o caminho era terra
batida. A pista molhada, escorregadia e muitas folhas das árvores da “Route Royale”
pelo chão, exigiam cuidados e força nas pernas. Sem dúvida foi mais difícil que
a subida, porém, um dos trechos mais lindos do percurso. Infelizmente alguns
corredores se machucaram nesta descida e o silêncio do bosque foi interrompido
pelas sirenes da ambulância.
Quando terminamos a longa descida estávamos no décimo
quilômetro, as pernas já começavam a dar sinal do cansaço acumulado pelos dois quilômetros
de subida e mais dois de descida. Eu estava com muita cólica e a Mônica gripada,
mas corríamos juntas, uma incentivando a outra a manter o ritmo.
E assim continuamos correndo até encontrarmos mais uma
subida na Avenue de Versailles no décimo terceiro quilômetro e o último ponto
de hidratação. Faltava pouco para chegar.
Passamos por algumas ruas estreitas, ouvíamos as orquestras, fomos aplaudidas pelas crianças e adultos que gritavam “Bravo” “Allez” até entrarmos na grande Avenue de Paris.
Passamos por algumas ruas estreitas, ouvíamos as orquestras, fomos aplaudidas pelas crianças e adultos que gritavam “Bravo” “Allez” até entrarmos na grande Avenue de Paris.
Em seguida avistamos a linha de chegada e o Palácio de Versalhes envolvido
na névoa.
Corremos os 16 km da “PARIS-VERSAILLES
La Grande Classique” em 1h49 minutos, tempo não oficial.