segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O sertão virou lago no Cânion do Xingó

O cânion do Xingó é formado por rochas de granito avermelhadas que de acordo com os geólogos datam entre 60 e 80 milhões de anos.
As embarcações que levam os visitantes para conhecer o cânion saem da cidade de Canindé do São Francisco, que está localizada há 210 km de Aracaju.
Restaurante Karrancas e a praia do rio São Francisco
O ponto de partida é o Restaurante Karrancas que é flutuante e muito agradável. 


Próximo a entrada do restaurante uma imagem de São Francisco de Assis  no alto das pedras parece abençoar as águas do Velho Chico . No clima semi-árido do Sergipe crescem os cactos, vegetação típica da caatinga. 
Eu e a minha amiga Renata Asprino fizemos este passeio juntas no dia 7 de agosto de 2011. Normalmente chove bastante durante o “inverno” nordestino e, para não contrariar a regra, o dia amanheceu chuvoso.

Eu e a Renata indo para o Cânion do Xingó
No início do passeio as águas do São Francisco estavam escuras e o céu coberto de nuvens, mas não demorou muito para o sol aparecer. 
O passeio começou com o dia nublado e as águas escuras
Nós percorremos os 17 quilômetros que levam até a Gruta do Talhado em um catamarã que deslizava suavemente pelas águas do Velho Chico adentrando no Cânion do Xingó.
A imensidão do rio e as rochas que brotam majestosas só não conseguiam competir com o volume das caixas de som do catamarã que tocavam todo o tipo de forró sem dar trégua.
Tentei me refugiar num cantinho lá na frente da embarcação para poder desfrutar do encontro com o Cânion do Xingó que eu tanto queria conhecer.
Viajar, conhecer e aprender é sempre uma alegria enorme para mim
O cenário era deslumbrante, mas senti falta do silêncio. A Renata aparecia de vez em quando para dar uma espiada na paisagem lá na frente. Parte do trajeto ela passou lendo ou conversando com um simpático casal de jornalistas que nós conhecemos no catamarã. O Tony é italiano e a Helena baiana. Moram e trabalham em Nova Iorque e estavam viajando pelo Brasil.     

No alto de uma rocha do cânion a imagem de São Francisco que só pode ser vista se a distância até o paredão for pequena. 

O catamarã se aproximou da margem e o som do forró deu lugar a um canto religioso de louvor ao santo padroeiro do rio. Algumas pessoas cantavam com devoção e tocavam  violão e pandeiro, outras permaneceram em silêncio. 

Com uma prece silenciosa agradeci a oportunidade que tive de estar ali naquele lugar de extrema beleza.                                          
Nem tivemos chance de nos afastarmos da margem e o forró voltou com força total.
O Cânion do Xingó tem 65 quilômetros de extensão e em alguns pontos a profundidade é de 170 metros. A largura varia entre 50 e 30 metros.
Durante milhares de anos a natureza se encarregou de esculpir as rochas de granito avermelhadas. Os cactos crescem no meio das pedras do grande paredão. 
Há muitas pedras perfeitamente empilhadas sem nenhuma interferência humana. 
Neste ponto o catamarã atraca e os passageiros podem mergulhar ou pegar um pequeno barco para visitar a Gruta do Talhado. Eu preferi fazer o passeio de barquinho e conhecer a beleza daqueles paredões que parecem ter sido talhados a mão. 


O passeio pela Gruta do Talhado é bastante rápido porque os paredões vão se afunilando e não tem como seguir em frente. São dois barquinhos que fazem o percurso, cada um leva apenas oito passageiros. É um passeio belíssimo! Queria ter tido a chance de ficar mais tempo na Gruta descobrindo plantas que nascem entre as pedras e fotografar texturas e formas que foram esculpidas  naquelas rochas há milhões de anos.
À bordo do catamarã começamos a nossa viagem de volta. 

O Cânion do Xingó foi ficando para trás e comigo viajaram as lembranças de um lugar abençoado por Deus e por natureza, como diz o poeta. 

3 comentários:

  1. Parabéns Audmara lindas fotos e parabeńs pelo dia da tua paixão "19 de agosto dia mundial da fotografia".

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  2. lindas fotos espero um dia poder ver essa beleza ao vivo.parabéns.

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  3. Caro(a)leitor(a)
    Sem dúvida é um lugar belíssimo que lamento não ter conhecido antes da construção da hidrelétrica do Xingó. O reservatório alagou o cânion...
    Fico feliz que tenha gostado das minhas fotos.
    Abraços,
    Audy

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