quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O sol da meia noite na Rússia

Quando eu tinha 11 anos, aprendi numa aula de geografia que no Hemisfério Norte, nos meses de verão, devido à inclinação do eixo da terra em alguns países a noite durava apenas duas horas. When I was 11 years old, I learned in a geography class that in some countries of the Northern Hemisphere the night lasted only two hours during the summer due to the earth’s inclination.
Eu estudava no Colégio Aurora, em Caçador Santa Catarina. O meu professor era o Irmão Nilo que sempre carregava um mapa-múndi muito velho e esfiapado. Ao entrar na sala de aula, a primeira providência dele era pendurar o mapa num preguinho acima do quadro negro. Lembro que assim que ele começava a desenrolar o mapa eu gostava de olhar para a Rússia, que na época era a União Soviética. Aquele país gigante que tanto me fascinava era cor-de-rosa no mapa do Irmão Nilo e ficava tão distante do Brasil que era preciso coragem até para sonhar andar por lá um dia.I was a student at Marist College Aurora in Caçador, state of Santa Catarina. My teacher was Marist Brother Nilo who always carried an old and falling apart world map. Once he got into the classroom the first thing he did was to hang the map on a nail right above the blackboard. I remember that as soon as he began to unfold the map I loved to look at Russia which at the time was Soviet Union. The giant country that fascinated me was pink on Brother Nilo’s map and it was so far from Brazil that I needed a bit of courage even to dream about walk in its land one day. 
Nunca abandonei os meus sonhos de criança os quais sempre considerei os mais lindos que já tive. I never neglect my childhood dreams which are the most beautiful one I have ever had.
Museu Hermitage
No ano passado fui para a Rússia pela primeira vez. Estava viajando pela Finlândia e no dia 29 de junho de 2012 tomei um trem em Helsinki com destino a São Petersburgo.
Last year I visited Russia for the first time. I was traveling in Finland and on 29th June 2012 I took a train from Helsinki to St. Petersburg. http://audmara.blogspot.com.br/2012/06/indo-para-russia-de-trem.html.
Era verão, mas fazia 13C quando cheguei em São Petersburgo. Eu iria passar apenas cinco dias na Rússia e o que eu mais queria ver era o sol da meia noite. Os primeiros dois dias foram chuvosos e aproveitei para andar pela cidade e conhecer o Museu Hermitage, http://audmara.blogspot.com.br/2012/07/grandiosidade-do-museu-hermitage.html .
No terceiro dia que eu estava na antiga capital russa o sol, finalmente, brilhou.  It was summer and the temperature was 13C when I arrived in St. Petersburg. I was going to spend only five days in Russia and what I wanted to see the most was the midnight sun. As the first two days it was raining I decided to walk around the city and visit Hermitage Museum. On the third day I was in the former Russian capital finally there was sunshine. 
Em um dos canais que cortam a Avenida Nevsky, a mais importante de São Petersburgo, comprei um ingresso para fazer um passeio de barco e ver o sol se pondo a meia noite. O barco deixou o píer às 23h30 e o sol era tão intenso como se fosse 11h30 da manhã. A bordo apenas um grupo de suecos, dois casais russos e eu. Não havia um guia e a tripulação não falava inglês. Assim que o barco começou a se movimentar foi colocada uma gravação em russo. Não sei do se tratava, mas imagino que fossem informações turísticas sobre os lugares que estávamos passando. In one of the channels that cross Nevsky Avenue, the most important avenue in Saint Petersburg, I bought a ticket for a boat tour in order to see the sunset at midnight. The boat left the pier at 11:30 pm and the sun looked like it was 11:30 am. On board with me just a Swedish group e two Russian couples. There was no tour guide and the crew did not speak English. As soon as the boat started to move it was played information, in Russian which I imagined was about the places we were passing by.
Sentada no banco frio de madeira daquele barco, enrolada num cobertor, aguardava o sol se pôr com a mesma euforia e ansiedade que, em vão, esperava o bom velhinho nas noites de Natal quando era criança. Sitting on a cold wooden bench of the boat, wrapped in a blanket, I waited for the sunset with the same joy that in vain I waited for Santa Claus at Christmas’ night when I was a child.
Aos poucos os raios dourados do sol da meia noite iluminavam meu rosto, aqueciam a minha alma e traziam à baila o sonho da menina de 11 onze anos. Naquele momento pensei no Irmão Nilo, nas aulas de geografia, no mapa-múndi e na União Soviética cor-de-rosa. Tinha vontade de gritar que o sol da meia noite era muito mais lindo do que todas as fotos que eu tinha visto nos livros. O grito não foi liberto e permaneci em silêncio envolvida pela beleza daquele momento.  De repente uma senhora sueca se aproximou de mim dizendo que o marido dela havia me fotografado porque eu parecia extremamente feliz. Contei para eles sobre as minhas aulas de geografia e a alegria de realizar um sonho. Eles pediram o meu endereço de email e encaminharam as fotos que apareço neste post. Little by little the golden rays of the midnight sun lit up my face, warmed my soul and brought back the dream of the 11 years old girl. At that moment I thought about Brother Nilo, the geography lessons, the old world map and pink Soviet Union. I wanted to scream that the midnight sun was much more beautiful than any pictures I had seen in the books. The shout was not released as I remained silent enjoying the beauty of that moment. Suddenly a Swedish lady approached me saying that her husband had taken some photos of me because I looked extremely happy. I told them about my geography lessons and the happiness of having a dream come true. They asked my email address and forwarded the photos I posted here.
Logo após o sol se pôr o motor do nosso barco começou a ferver. Os suecos pareciam se divertir com a situação enquanto eu pensava que se tivesse que nadar naquelas águas geladas provavelmente não chegaria até a margem. Soon after we saw the sunset there was a problem with the engine of our boat. The Swedish seemed amused by the situation while I was thinking that if I had to swim in that cold water most probably I would not make to the bank.
Esperamos cerca de meia hora até sermos resgatados por um barco. We waited about half an hour until we were rescued by boat.
Quando cheguei ao píer era quase 2h00 da manhã, uma noite de lua cheia em São Petersburgo. O hotel que eu estava hospedada ficava a uns 5 km dali. A Avenida Nevsky iluminada com seus cafés, bares e restaurantes lotados me fez esquecer o cansaço e o peso do meu equipamento fotográfico. Segui andando e alguns quarteirões antes de chegar ao meu hotel entrei num café e pedi uma “borscht”, a sopa de beterraba que os russos tanto apreciam enquanto o sol já começava a  brilhar outra vez. When I got to the pier was almost 2:00 a.m. and there was full moon in St. Petersburg. The hotel I was staying in was about 5km away from the pier. Nevsky avenue was illuminated by its cafes, bars and crowded restaurants. I forgot I was tired and how heavy was my photography bag. I kept walking and a few blocks before arriving at my hotel I entered in cafe and ordered "borscht" a beetroot soup that Russians enjoy very much while the sun was starting to shine once again.
Sopa de beterraba - "Borscht"
 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Fotografia Still - Poética do Objeto

 
 Fotografia é uma das minhas grandes paixões e, sempre que possível, faço cursos rápidos. Gostaria de dispor de tempo para estudar fotografia em uma universidade, mas no momento é inviável.
 
Terminei hoje, 28 de agosto de 2013, o curso “Fotografia Still- Poética do Objeto” que teve 10 horas de duração, dividido em quatro aulas noturnas no Sesc Consolação.
 
O curso foi ministrado pelo fotógrafo Flávio Demarchi que nos mostrou novas formas de olhar para além do óbvio que um objeto pode oferecer.
Durante as aulas fiz as fotografias aqui publicadas numa tentativa de dar graça a um objeto que não tem graça e provocar reações.
 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Virgínia Rodrigues

 

Reconhecida internacionalmente como uma das maiores cantoras brasileiras, a baiana Virgínia Rodrigues ainda é pouco conhecida no Brasil. Nascida em Salvador, no dia 31 de dezembro de 1964, Virgínia é de origem humilde, cresceu na favela, foi manicure e cozinheira antes de ser descoberta por Caetano Veloso que a viu cantando na peça Bye Bye Pelô em 1997.
Virgínia Rodrigues já se apresentou nos grandes palcos dos Estados Unidos, Europa e Japão.  Os jornalistas estadunidenses a chamam de “Cinderela Brasileira” e o ex presidente americano Bill Clinton dedicou uma passagem no seu livro de memórias “ Minha Vida” à ela que é considerada por ele a melhor cantora do mundo.
No domingo, 25 de agosto de 2013, assisti a mais um show da Virgínia Rodrigues no Teatro Paulo Autran em São Paulo. A cantora estava acompanhada dos músicos: Bernardo Bosisio ( violão), Marcos Lobo (percussão) e seu convidado Iura Ravevsky ( cello).
Durante o show dois convidados especiais subiram ao palco: Bnegão e Tiganá Santana.
Virgínia Rodrigues e Tiganá Santana
Virgínia Rodrigues e BNegão
Marcos Lobo tocando berimbau, BNegão e Virgínia Rodrigues
Virgínia cantou músicas inéditas e também “Melodia Sentimental”, de Villa Lobos, “Amor meu Grande Amor”, de Ângela Rô Ro, “Sou Eu”de Moacir Santos e “Dêmboa” de Tiganá Santana. 

domingo, 18 de agosto de 2013

Rosa Passos canta Djavan


Conhecida mundialmente como uma das maiores intérpretes da Bossa Nova, a baiana Rosa Passos lançou o seu 17º álbum em junho deste ano,  “Samba Dobrado - Canções de Djavan”.
No sábado, 17 de agosto de 2013, assisti pela primeira vez a um show da Rosa Passos. Belíssimo!
As músicas de Djavan cantadas por Rosa Passos que fazem parte do álbum Samba Dobrado:
1. Pedro Brasil (Djavan, 1981)
2. Linha do Equador (Djavan e Caetano Veloso, 1992)
3. Maçã (Djavan, 1987)
4. Faltando um pedaço (Djavan, 1981)
5. Capim (Djavan, 1982)
6. Pétala (Djavan, 1982)
7. Lei (Djavan, 1986)
8. Pára raio (Djavan, 1976)
9. Cigano (Djavan, 1989)
10. Samba dobrado (Djavan, 1978)
11. Fato consumado (Djavan, 1975)
12. Serrado (Djavan, 1978)


13. Doce menestrel (Rosa Passos e Fernando de Oliveira, 2013)


Ficha técnica: Rosa Passos (voz),Fábio Torres (piano),Lula Galvão (violão),Paulo Paulelli (baixo acústico) Celso de Almeida (bateria),Ivan Sacerdote (clarinetes),Sidmar Vieira (trompete) Vinicius Dorin (sax). Participação especial: Nailor Proveta (sopros)