"A imagem desta capa é composta quase totalmente por
um lindo céu azul. Na aviação costumam chamar-lhe "céu de
brigadeiro", um céu totalmente isento de nuvens. Talvez a melhor
tradução seja a de um enorme e liso manto azul recobrindo a tudo que se
possa imaginar. Logo abaixo encontram-se diversas formações rochosas, com
seus picos e formas irregulares. Uma a umas essas montanhas se
distanciam, parecendo competir para determinar qual delas pode
alcançar o horizonte e tocar o céu azul.
No primeiro plano, na base da imagem, do lado esquerdo, na formação rochosa
mais próxima, encontramos a silhueta de um homem de costas. Porte atlético,
postura ereta, este homem está a contemplar a
arrebatadora magnitude da paisagem a sua frente. Em sua mão, a
bengala demonstra duas coisas.
Uma: este homem possui uma deficiência visual. Duas:
nada é capaz de deter uma alma inquieta e
determinada."
Criação e descrição da capa
Augusto da Silva
Júnior - Restaurador e publicitário
A
cada 5 segundos, uma pessoa fica cega no mundo”. (OMS)
Em 2013 havia 246 milhões de pessoas com
deficiência visual e 39 milhões de pessoas cegas no mundo. Segundo a
Organização Mundial da Saúde, 80% dos problemas de visão podem ser evitados ou
curados.
No Brasil, há mais de 6 milhões de pessoas com
deficiência visual, sendo 582 mil cegas de acordo com os dados do Censo de 2010
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O direito ao lazer é assegurado pelo artigo 6º.
da Constituição Federal de 88.
Quando comecei a fazer o Curso Técnico em Guia de Turismo do SENAC, em agosto de 2015, logo nas primeiras aulas nos foi apresentado o Projeto Integrador que deveria ser apresentado na conclusão do curso.
Quando comecei a fazer o Curso Técnico em Guia de Turismo do SENAC, em agosto de 2015, logo nas primeiras aulas nos foi apresentado o Projeto Integrador que deveria ser apresentado na conclusão do curso.
O projeto deveria ser desenvolvido levando em
conta um tripé que era: inovação, sustentabilidade e a importância da função do
Guia de Turismo.
Há mais de uma década trabalhando como
voluntária da ONG Grupo Terra que visa a inclusão de pessoas com deficiência
visual através do esporte, lazer e cultura, fez com que eu repensasse o meu
jeito de olhar o mundo. O aprendizado contínuo nas trocas de experiências me levou, aos poucos, a começar a participar de uma atividade esportiva até
então desconhecida para mim: corridas de rua. No projeto Caminhantes da ONG Grupo Terra, as pessoas com deficiência visual estavam treinando e participando de corridas de rua, mas para isso precisavam de voluntários para correr juntos.
Então comecei a treinar e a melhorar o meu condicionamento físico e me tornei corredora para ter condições de guiar pessoas cegas em corridas de rua. Corri muitas vezes guiando, outras vezes sozinha. Aprendi a correr no ritmo de quem eu guiava, a ouvir sua respiração, sua passada, a descrever os lugares por onde passávamos quando me sobrava fôlego para tal. A cada linha de chegada cruzada, a certeza que a superação e a alegria era minha e da pessoa que eu tinha guiado naquela corrida.
Passei então a participar de grandes corridas, corri três vezes a Corrida de São Silvestre (15 km) em São Paulo, Volta da Pampulha (18 km) em Belo Horizonte, Meia Maratona (21 km) do Rio de Janeiro e a “La Grand-Classique”,(16 km) em Paris, uma corrida com largada em frente a Torre Eiffel e chegada no Palácio de Versalhes. E assim fui fazendo novos amigos no universo dos corredores que, apesar de ser um esporte solitário, tanto aproxima as pessoas.
Então comecei a treinar e a melhorar o meu condicionamento físico e me tornei corredora para ter condições de guiar pessoas cegas em corridas de rua. Corri muitas vezes guiando, outras vezes sozinha. Aprendi a correr no ritmo de quem eu guiava, a ouvir sua respiração, sua passada, a descrever os lugares por onde passávamos quando me sobrava fôlego para tal. A cada linha de chegada cruzada, a certeza que a superação e a alegria era minha e da pessoa que eu tinha guiado naquela corrida.
Passei então a participar de grandes corridas, corri três vezes a Corrida de São Silvestre (15 km) em São Paulo, Volta da Pampulha (18 km) em Belo Horizonte, Meia Maratona (21 km) do Rio de Janeiro e a “La Grand-Classique”,(16 km) em Paris, uma corrida com largada em frente a Torre Eiffel e chegada no Palácio de Versalhes. E assim fui fazendo novos amigos no universo dos corredores que, apesar de ser um esporte solitário, tanto aproxima as pessoas.
A escassez de passeios sensoriais no mercado de
turismo brasileiro me fez perceber que poderia desenvolver um projeto aliando
um produto inovador a um nicho de mercado que é pouco
explorado pelo trade. As pessoas com deficiência visual atuam no mercado de
trabalho e são consumidores de bens de serviço e lazer. Porém, comumente esse
público tem seu potencial de viagens e passeios restringido já que não é
oferecido roteiros sensoriais, nem um serviço de guiamento especializado capaz de atender suas
necessidades. No Brasil ainda não existe nenhum segmento do turismo plenamente
desenvolvido para atender pessoas com deficiência visual.
Então percebi que ali residia a oportunidade de
desenvolver roteiros sensoriais desenhados especialmente para pessoas cegas e
de baixa visão que viajam acompanhadas de pessoas que enxergam. A experiência é igualmente memorável para ambos os públicos, pois quem não enxerga fará uso dos outros sentidos para sentir e entender o local que será visitado. A audiodescrição é muito importante para um melhor entendimento. As pessoas que enxergam, além de auxiliarem no guiamento e descreverem o entorno, terão uma experiência baseada nos outros sentidos e não apenas a visão. O convívio durante um passeio ou viagem promove a inclusão de forma natural, uma vez que o turismo e o esporte são atividades altamente inclusivas.
Nascia assim o meu projeto AMPLIANDO HORIZONTES
– Experiências Sensoriais no Turismo para Pessoas Cegas e de Baixa Visão.
A identidade do projeto foi
criada pelo meu amigo Augusto da Silva Júnior. Minha solicitação foi muito
simples: queria a imagem de um viajante e
que as cores predominantes fossem tons de azul, em especial o azul do céu, das
cúpulas das igrejas de Santorini e do mar que banha a Grécia que tanto me
fascina. Quando recebi a identidade acima, no início deste artigo, fiz uma
pequena alteração no posicionamento da bengala e nada mais. O Augusto havia
sintetizado a essência do projeto e o que eu tinha pedido.
Achei que a melhor descrição
da imagem só poderia ser feita por ele.
A minha inquietação inicial era
tentar encontrar uma resposta ou razões que justificassem não haver serviços
especializados para pessoas com deficiência visual. Queria entender também o porquê das agências de viagem não oferecerem pacotes para este público. Ampliei as minhas pesquisas para saber o que outros países ofereciam e encontrei alguns passeios organizados na França e Espanha. Na Inglaterra encontrei a primeira agência de viagem do mundo fundada por uma pessoa cega e que promove viagens para pessoas com deficiência visual acompanhadas de pessoas que enxergam:http://traveleyes-international.com . Então á medida que fui me aprofundando nas pesquisas percebi que se fosse capaz de
encontrar respostas "satisfatórias" para as minhas perguntas, provavelmente não iria contribuir
substancialmente para a mudança deste quadro.
Foi por isso que decidi fazer o inverso, ou
seja, ao invés de procurar saber o porquê de não ser oferecido roteiros
sensoriais, resolvi desenvolver um roteiro, executá-lo e assim comprovar a
viabilidade do mesmo.
Na minha condição de aluna poderia me valer da não obrigação de acertar, do fato de não ter um orçamento para limitar minhas ideias, e também o conforto de não sofrer nenhum tipo de pressão em relação ao conteúdo do Projeto Integrador que iria apresentar no final do curso. Então esta liberdade para trabalhar era proporcional a responsabilidade e a qualidade do que eu deveria entregar, no meu entender. Tinha uma equipe de professores e coordenadores para me orientarem quando fosse necessário.
Nas aulas do Prof. Davi Moreno aprendi conceitos que nortearam toda a minha pesquisa e desenvolvimento deste projeto.
Sou graduada pela Universidade Mackenzie e Pós-Graduada pela PUC-São Paulo. Porém, foi preciso fazer um curso técnico em Guia de Turismo no SENAC para aprender que:
"Quanto mais cedo se erra, mais cedo se aprende" - Aprender com os erros.
"Comece pequeno, pense grande, ande rápido"
" Aprender a aprender"
" Aprender com as mãos"
" Design Thinking " uma outra forma de se pensar para se encontrar soluções.
Na minha condição de aluna poderia me valer da não obrigação de acertar, do fato de não ter um orçamento para limitar minhas ideias, e também o conforto de não sofrer nenhum tipo de pressão em relação ao conteúdo do Projeto Integrador que iria apresentar no final do curso. Então esta liberdade para trabalhar era proporcional a responsabilidade e a qualidade do que eu deveria entregar, no meu entender. Tinha uma equipe de professores e coordenadores para me orientarem quando fosse necessário.
Nas aulas do Prof. Davi Moreno aprendi conceitos que nortearam toda a minha pesquisa e desenvolvimento deste projeto.
Sou graduada pela Universidade Mackenzie e Pós-Graduada pela PUC-São Paulo. Porém, foi preciso fazer um curso técnico em Guia de Turismo no SENAC para aprender que:
"Quanto mais cedo se erra, mais cedo se aprende" - Aprender com os erros.
"Comece pequeno, pense grande, ande rápido"
" Aprender a aprender"
" Aprender com as mãos"
" Design Thinking " uma outra forma de se pensar para se encontrar soluções.
Eu não tinha um destino
definido para o meu projeto até participar da feira de turismo World Travel Market no final de
março de 2016. Conversando com várias pessoas e verificando possíveis destinos,
Espírito Santo do Pinhal, um polo cafeeiro a 200 km da cidade de São Paulo, parecia ser apropriado para um
roteiro sensorial.
Viajei para a cidade no dia 16
de abril de 2016. Conheci o gerente da Cafeteria Loretto, Heitor Palermo
Júnior, que se dispôs a receber o grupo na Cafeteria e fazer a torra, moagem
dos grãos assim como uma degustação para o grupo gratuitamente. Nenhum dos colaboradores da Cafeteria Loretto havia tido contato com pessoas com deficiência visual. Seria uma
experiência singular para todos. Percebi de imediato que o Júnior, uma pessoa
extremamente generosa, queria muito ajudar no desenvolvimento do meu projeto e,
principalmente, estava feliz com a possibilidade de receber as pessoas.
Além disso o Júnior fez questão de me apresentar o café Kaynã, produzido na região, que tem na sua embalagem sustentável informações em braile e parte dos lucros da venda do café são revertidos para a Fundação Dorina Nowill para cegos.
Na Fazenda Retiro Santo Antônio, onde o café Kaynã é produzido, conheci o Jefferson Adorno, proprietário da Fazenda e premiado cafeicultor que literalmente abriu as porteiras da Fazenda para o meu projeto. Grupos de estudantes universitários são recebidos na Fazenda para visitação. Entretanto, nunca havia sido visitada por pessoas com deficiência visual.
Além disso o Júnior fez questão de me apresentar o café Kaynã, produzido na região, que tem na sua embalagem sustentável informações em braile e parte dos lucros da venda do café são revertidos para a Fundação Dorina Nowill para cegos.
Na Fazenda Retiro Santo Antônio, onde o café Kaynã é produzido, conheci o Jefferson Adorno, proprietário da Fazenda e premiado cafeicultor que literalmente abriu as porteiras da Fazenda para o meu projeto. Grupos de estudantes universitários são recebidos na Fazenda para visitação. Entretanto, nunca havia sido visitada por pessoas com deficiência visual.
Voltei para São Paulo com o
esboço do roteiro em mente. Queria fazer um passeio o mais próximo possível do
que imaginava que poderia vir a ser comercializado futuramente por uma agencia
de viagem. Precisava então articular parcerias, convidar pessoas para formar o
grupo que participaria do piloto do projeto e estruturar o passeio agendado
para o dia 11 de junho de 2016. O prazo era curto, menos de dois meses para
fazer tudo. Neste período tinha também outros trabalhos do curso incluindo uma
visita técnica em Santos.
Fiz uma lista de prioridades do
que teria que executar em ordem de complexidade e custo. No topo da pirâmide
estava o transporte. Eu precisava fretar um micro-ônibus para levar o grupo
para Espírito Santo do Pinhal, viagem de ida e volta: 400 km e um custo alto também em função dos muitos pedágios, principalmente na Rodovia dos Bandeirantes.
Minha providência foi enviar um
e-mail para os coordenadores e professores do SENAC pedindo auxílio. Num
primeiro momento me foi dito que não poderiam atender a minha demanda. Então
parti para outras alternativas, tinha que conseguir um patrocínio e, se não
fosse possível, na pior das hipóteses, eu mesma faria um esforço para bancar o custo do projeto, pois acreditava no que estava fazendo e sabia que tinha potencial.
Meu professor Fábio Ortolano,
sempre disposto a me ajudar, negociou com uma empresa de ônibus e obteve um
desconto, porém o valor final ainda era considerável.
Conversando com outras pessoas
fui apresentada para a Sra. Mônica Rocha da Silva Delgado, diretora da A.S Transportes
que apoiou o projeto. Tentei fazer uma
parceria com o Banco Citibank que emprega um grande número de pessoas com
deficiência. Como não tive sucesso num primeiro momento, contatei uma amiga e
ex-funcionária do banco, a Vera Toyama, e perguntei se o departamento para o qual havia sido encaminhado a minha solicitação era o mais adequado. Anexei a síntese do
projeto e o que eu estava pleiteando. Ela conversou com amigos e juntos decidiram
apoiar financeiramente o projeto.
Enquanto isso professores
e coordenadores do SENAC, em especial a Jessica Kobayashi Correa, Coordenadora
de Desenvolvimento do Senac São Paulo – área de Turismo e Lazer articulava seus
contatos no CONTURESP ( Conselho Estadual de Turismo) em busca de apoio para o
transporte do grupo. Eu não tinha conhecimento deste esforço conjunto, somente
uma semana antes da realização do piloto fui informada que a Dra. Regina Rocha
de Souza Pinto, diretora executiva da FRESP, Federação das Empresas de
Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo e também
conselheira do CONTURESP apoiava a ideia e iria patrocinar parte do projeto.
Além disso, teria a cobertura jornalística da Mari Carlo Giro da MR Comunicação
Estratégica que é a assessoria de imprensa da FRESP.
O Jefferson Adorno, proprietário da Fazenda Retiro Santo Antônio, havia me isentado das taxas de visitação.
A Prefeitura de Espírito do Santo do Pinhal ofereceu o almoço para o grupo e apoiou o meu projeto. Foi encaminhado um Ofício assinado pelo Prefeito José Benedito de Oliveira convidando o Sr. José Roberto Tricoli, então Secretário de Turismo do Estado de São Paulo, o Sr. Vanilson Flickert, Diretor Técnico da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo e a Dra. Lina Mara Rizzo Batistella, Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, para participarem do piloto do meu projeto que aconteceria na Fazenda Retiro Santo Antônio e na Cafeteria Loretto.
O Jefferson Adorno, proprietário da Fazenda Retiro Santo Antônio, havia me isentado das taxas de visitação.
A Prefeitura de Espírito do Santo do Pinhal ofereceu o almoço para o grupo e apoiou o meu projeto. Foi encaminhado um Ofício assinado pelo Prefeito José Benedito de Oliveira convidando o Sr. José Roberto Tricoli, então Secretário de Turismo do Estado de São Paulo, o Sr. Vanilson Flickert, Diretor Técnico da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo e a Dra. Lina Mara Rizzo Batistella, Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, para participarem do piloto do meu projeto que aconteceria na Fazenda Retiro Santo Antônio e na Cafeteria Loretto.
Eu iria arcar com outras
despesas e também com o lanche de bordo e chapéus de palha que iria presentear os
participantes do piloto assim como os coordenadores, professores, apoiadores e
empresas parceiras. No total comprei 60 chapéus.
O Orion N. Santos, meu
namorado, me apresentou para o Marcelo Varga, diretor de criação da NIVACOMUNICAÇÃO que prontamente atendeu
o meu pedido para confeccionar as etiquetas que seriam coladas nos chapéus. A
arte final e criação foi feita pela equipe da NIVACOMUNICAÇÃO. Eu pedi para que os nomes dos coordenadores,
professores e apoiadores remetessem a ideia de selos, com picote no final.
Assim o chapéu poderia ser entendido como uma mala de viagem na qual colocamos
adesivos dos lugares que visitamos. O nome dos participantes teria que estar no
local mais alto, escrito em espiral por ordem alfabética.
A ideia de colocar os grãos de
café no centro e o fundo marrom foi do pessoal talentoso da NIVACOMUNICAÇÃO.
No dia 8 de junho de 2016,
éramos 7 pessoas recortando e colando etiquetas nos chapéus no escritório da
agência. Foi uma tarde inteira de muito trabalho. MUITO OBRIGADA a todos que me
ajudaram e, em especial, ao Marcelo que me isentou de todos os custos de criação
e produção das etiquetas!
Conversei com o meu amigo jornalista Daniel
Nunes Gonçalves, escritor, especializado em reportagens sobre viagens, viajante que já rodou o mundo. Ele
apresentou a pauta para alguns veículos de comunicação e a mesma foi aprovada pela UOL
VIAGENS. O Daniel me apresentou para o premiado produtor de vídeo, Fernando
Augusto Dias, e o convidou para participar do piloto do projeto. Juntos
discutimos um roteiro para as filmagens.
Convidei pessoas amigas com
deficiência visual e videntes para participarem do piloto do projeto. Eu queria
que o grupo fosse formado por pessoas atuantes no mercado de trabalho e que
gostassem de viajar. Era importante que as pessoas fossem formadoras de opinião
e que no final do passeio respondessem um opinário a respeito dos acertos e as
melhorias que deveriam ser implementadas tanto no passeio quanto na minha
atuação. Pensei que seria importante também convidar duas pessoas que não me
conhecessem e que pudessem validar ou não o passeio.
Com o auxílio do Jefferson Adorno, marquei uma reunião na Fundação Dorina Nowill para cegos para apresentar o projeto e buscar apoio. O Jefferson participou da reunião assim como o Prof. David Farias Costa do SENAC que é cego e sempre esteve inteiramente a minha disposição durante as pesquisas e elaboração do piloto do projeto.
Com o auxílio do Jefferson Adorno, marquei uma reunião na Fundação Dorina Nowill para cegos para apresentar o projeto e buscar apoio. O Jefferson participou da reunião assim como o Prof. David Farias Costa do SENAC que é cego e sempre esteve inteiramente a minha disposição durante as pesquisas e elaboração do piloto do projeto.
A
Maria Regina M. Lopes Silva que trabalha há 40 anos na Fundação Dorina Nowill
na área de Serviço de Apoio à Inclusão aceitou o convite e viajou acompanhada
do marido Adeildo M. Silva, ambos são cegos.
Uma vez formado o Grupo, organizei um happy hour para explicar para as pessoas detalhes do projeto. Era importante que todos estivessem envolvidos com o passeio e o que estava sendo organizado.
Os participantes da primeira edição do piloto do projeto foram:
Adeildo Morais Silva, Alexandre Alves Toco, Ana Lucia Benevides Pereira, Amélia Masako Hashimoto, Cristiana Mello Cerchiari, Dirce Maria Stefanuto Alcantara, Prof.Fábio Ortolano, Lothar Antenor Bazanella, Maria Regina Marques Lopes Silva,Margarete Marques Jardim, Mário Luiz Brancia, Maria Luiza Brancia, Orion Norberto Santos, Roselene de Souza Celoto, Vinícius Stefanuto Alcântara.
Mergulhei num ritmo de trabalho
intenso, foram dias, semanas inteiras sem nenhuma folga. Eu me impus certos
critérios de qualidade e queria que cada detalhe do passeio tivesse uma marca,
que as pessoas percebessem que havia sido pensado e desenhado especialmente
para elas.
Precisava também pensar em
todos os detalhes burocráticos como seguro de viagem, ficha médica, autorização
de uso de nome, imagem e voz, preparar um kit de primeiros-socorros caso
houvesse algum incidente, etc.
Entrei em contato com uma
empresa especializada em lanches de bordo e fui conhece-la pessoalmente para selecionar o
que iria servir para os meus passageiros. Escolhi 5 opções de lanche e enviei
para o Grupo de Participantes, assim cada pessoa poderia escolher o lanche de
sua preferência. Comprei embalagens e juntamente com o lanche coloquei bolo de
chocolate e água de côco. Comprei guardanapos cor rosa choque para as mulheres e
amarelo ouro para os homens.
Balas de café, paçoca e
biscoitos também foram comprados para serem servidos na viagem.
Para a nossa ida para a Fazenda
Retiro Santo Antônio, pensei que seria uma boa ideia ter uma trilha sonora com
músicas que remetessem a ideia do campo, as colheitas, música de raiz. Para a
viagem de volta teríamos música popular brasileira. Então pedi para que todos
enviassem suas sugestões de músicas e assim organizei a nossa trilha sonora.
A música Flor do Cafezal era a
que melhor sintetizava o nosso passeio. Encaminhei a letra e a música para que
aqueles que não a conhecessem pudessem aprender. A ideia era cantarmos a música
em meio ao cafezal e assim homenagearmos o Jefferson e agradecer a oportunidade de participar da colheita do café.
Pedi se alguém poderia compor uma poesia ou trova que tivesse como o tema o café. Durante o mês que antecedeu o passeio a troca de e-mails foi constante assim como o envolvimento de todos. Havia muita alegria e expectativa e isso fazia com que eu me esforçasse ainda mais para não decepcionar as pessoas.
Solicitei para o meu Prof. Fábio
Ortolano três livros editados pelo SENAC para presentear as pessoas que nos
receberiam no destino e fui prontamente atendida. Os livros foram assinados por
todos os participantes.
Uma semana antes do passeio
voltei para Espírito Santo do Pinhal com o meu namorado para mapear todos os
detalhes da visita. Nos 206 km que separam São Paulo da Fazenda Retiro Santo
Antônio, paramos em todos os restaurantes e lojas de conveniência para checar
as condições dos banheiros caso fosse preciso fazer uma parada técnica fora do
local previamente estipulado.
Na Cafeteria Loretto acertei
alguns detalhes da visita com o Júnior. Na Fazenda percorremos todo o trajeto
que faríamos com o grupo. O Jefferson fazia anotações de pequenos ajustes que precisavam ser feitos enquanto eu o bombardeava com perguntas que, pacientemente, ele
respondia com explicações interessantíssimas e isso fazia com que eu não conseguisse evitar de
fazer novas perguntas. Após quase três horas andando pelo cafezal e conhecendo
o moinho de pedra, finalmente eu estava satisfeita com o roteiro que havíamos definido.
No dia 11 de junho de 2016,
partimos ás 7h20 de uma manhã fria da Estação Vergueiro do Metrô para Espírito
Santo do Pinhal. Uma viagem marcada pelo carinho e pela alegria de cada pessoa.
Eu sempre fui apaixonada por
viagens, conheço 35 países, 18 estados brasileiros, morei em Londres e na
África do Sul. Já viajei para quase todos os cantos do planeta sozinha e sempre aprendi
muito pelos lugares por onde andei. Entretanto, naquele dia 11 de junho de 2016,
sabia que faria uma viagem muito especial, a distância era bem curta, mas comigo levava uma esperança gigantesca de
que NOVOS HORIZONTES seriam ampliados....
Ao chegarmos na Fazenda Retiro
Santo Antônio fomos recebidos pelo Jefferson com um delicioso café Kaynã, bolo
de fubá, pães e doces.
Descrevi as informações que estavam no chapéu antes de entregar para as pessoas e irmos para o cafezal
Cristiana e Lúcia
Em seguida fomos para o cafezal, mas antes paramos na
Capela da Fazenda para fazer os nossos pedidos para Santo Antônio.
Audy, Alexandre e Cristiana
Na trilha que nos levaria ao
cafezal, antes de chegarmos ao local da colheita o Jefferson fez um desvio que não
estava no nosso roteiro.
Poucos metros dali recebemos um presente inesquecível: o Jefferson havia separado a muda de uma árvore para plantarmos em meio ao cafezal. Assim
deixaríamos uma lembrança da nossa visita. Fiz um esforço tremendo para
conter as lágrimas que eu procurava disfarçar com sorrisos.
Após o plantio da árvore
começamos a fazer a colheita. Todos aprenderam a identificar os grãos de café
verdes, maduros e secos pela textura. Experimentamos os grãos maduros, cor de
cereja, que são adocicados e nos divertimos fazendo a colheita.
Cristiana, Dirce e o filho Vinícius
Adeíldo, Audy, Prof. Fábio
Maria Luiza e Mário - irmãos gêmeos
Quando
terminamos, foi a nossa vez de surpreender e cantamos a Flor do Cafezal
como mostra o vídeo abaixo que o Jefferson produziu.
https://www.youtube.com/watch?v=mNuRc2W47HE
Conhecemos também o terreiro onde é feita a secagem dos grãos.
No moinho de pedra, fundado em
1955, descascamos e debulhamos o milho não transgênico para a fabricação do
fubá.
Após o almoço visitamos a
Cafeteria Loretto. Ao chegarmos a recepção calorosa do Júnior e mais surpresas.
O Ricardo Flores havia preparado uma mesa com potinhos que mostravam os vários estágios dos grãos do café desde os grãos no galho até o pó e as cápsulas. Não havíamos combinado, mas achei excelente a ideia assim como as pessoas que puderam identificar e entender os estágios dos grãos pela textura.
O Diego Silva explicou todo o
processo da torra e moagem dos grãos com muito carinho.
E como o dia estava mesmo
repleto de surpresas, o jogador de futebol Danilo Silva que joga na Ucrânia e é
o proprietário da Cafeteria Loretto foi nos receber. Ele estava passando férias no Brasil e além de
nos receber com muita atenção e carisma, serviu o saboroso Café Loretto para várias pessoas do grupo e comentou sobre suas jogadas quando atuava no meu São Paulo, no Internacional e no Guarani.
Da esquerda para a direita: Mário, Roselena, Danilo Silva, Margarete, Audy e Orion.
Na viagem de volta, o Daniel entrevistou todas as pessoas, o Fernando filmava e nos intervalos muita
cantoria e a certeza de um dia especial que iremos sempre lembrar com carinho.
Recebi inúmeros e-mails e
mensagens carinhosas de todos os participantes do piloto do projeto. E também
um acróstico feito pela Malu.
A INDA QUE
U MA IDÉIA
D E UM PROJETO EM
M ENTE
A BRAÇOU COM O CORAÇÃO
R EUNIU ESFORÇOS E
A MIGOS A COMPARTILHAR!!!!
V IVENCIAMOS UMA
E XPERIÊNCIA MÁGICA
R ITIMANDO EM HARMÔNIA
O NDAS DE DESCOBERTAS
N UVENS DE BOAS LEMBRANÇAS
E NTRE AMIGOS NOVOS E ANTIGOS
S ENTINDO O VALOR
E A GRATIDÃO DE UM DIA ESPECIAL!!!!
Maria Luiza Brancia
GRATIDÃO É O QUE EU SINTO POR TODOS VOCÊS!!! MUITO OBRIGADA POR ACREDITAREM NO MEU PROJETO, POR ESTAREM AO MEU LADO AMPLIANDO NOVOS HORIZONTES!!
A repercussão do piloto do
projeto na mídia se deve ao esforço e apoio que recebi da Dra. Regina Rocha de Souza Pinto diretora executiva da FRESP assim como da jornalista Mari Carlo Giro da assessoria de imprensa da FRESP - MR Comunicação Estratégica.
15/06 –
Portal FRESP
20/06 –
Poços Net – Poços e Região
29/06 –
Portal Fazenda Retiro Santo Antônio
Mais um motivo porque nosso café Kaynã é tão sustentável.
www.retirosantoantonio.com.br
https://youtu.be/mNuRc2W47HE
www.retirosantoantonio.com.br
https://youtu.be/mNuRc2W47HE
Em 11/jun/2016 recebemos na Fazenda Retiro Santo Antônio, um
grupo de pessoas com deficiência visual para uma experiência sensorial na
colheita de nosso café...
08/07 –
Portal Beer Art + mídias sociais do portal
08/07 –
Site Mais um Gole (ligado ao portal acima)
08/07 –
Portal Segs
08/07 –
Fanpage Conselho Estadual de Turismo
Facebook
8/07 –
Blog da ÁudioDescrição
Essa foi repercutida no Facebook deles, e compartilhada por
outras páginas – que parecem terem recebido muito bem a ideia. São mais de 2,5
mil seguidores
11/07 –
Blog Pinguex
6/07 –
Jornal O Tempo – Minas Gerais (Impresso e portal) + Facebook, com mais de 351
mil seguidores.
18/07 –
Blog Deficienteciente, repercutindo O Tempo
21/07 –
Blog Turismo Adaptado
26/07 –
Facebook Senac Aclimação SP
27/07 –
Portal do Senac SP
08/08 – Portal Nacional de Tecnologia Assistiva
16/08 – Site Midia Truck Brasil
Audy, o releasing e a descrição do projeto ficaram ótimos. Sucesso nos desdobramentos, que já sei de vários e incríveis. Parabéns!
ResponderExcluirFábio querido,
ExcluirMUITO OBRIGADA pelo apoio! É sempre uma alegria poder contar com o seu conhecimento, apoio e acima de tudo:com o seu imenso carisma! GRATIDÃO!
Beijos,
Audy