segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Rota do Cangaço

A cidade de Piranhas no estado do Alagoas
O Sergipe é o menor estado brasileiro e faz divisa com o estado da Bahia e de Alagoas. Durante a minha viagem me hospedei na cidade de Piranhas no Alagoas e passava o dia conhecendo Sergipe.
Uma embarcação que sai da cidade de Piranhas leva os visitantes até a Grota do Angico, local onde o cangaceiro Lampião, Maria Bonita e o seu bando foram assassinados, no estado do Sergipe.
Navegando pelo rio São Francisco além da beleza das suas margens distantes é possível observar os redemoinhos na água e também a força da correnteza.
Eu e a minha amiga Renata fizemos este passeio no dia 8 de agosto de 2011.    
No barco havia poucas pessoas e durante todo o percurso ouvíamos músicas lindas sobre o Rio São Francisco e também Asa Branca na voz de Luiz Gonzaga. Cantávamos enquanto o barqueiro desviava das pedras e grandes redemoinhos nas águas profundas do Velho Chico.

Nossa parada foi em frente ao Restaurante Angico local onde iríamos almoçar na volta da trilha da Grota do Angico.
Os painéis no rio fazem a captação da energia solar que abastece o restaurante. Logo na chegada recebemos o cardápio para fazer o nosso pedido, pois quando voltássemos da trilha a comida já estaria pronta. Pedimos peixe e a famosa salada de cactos.       
No restaurante conhecemos o Júnior, o guia que iria nos levar até o local onde o mais temido cangaceiro foi assassinado. No início da trilha visitamos a casa que pertenceu a Pedro de Cândido, integrante do bando de Lampião
Nas paredes da casa feita de barro batido fotos de Lampião e seu bando. O fotógrafo Beijamin Abrão foi o único que registrou o cangaço e sua gente.  
No telhado da casa os cactos crescem como se tivessem sido plantados.  
A trilha é de apenas 800 metros, mas é preciso tomar muito cuidado com as pedras e a vegetação da caatinga.
Quando chegamos na Grota do Angico, o nosso guia João Castro Fernandes Jr. nos contou a história sangrenta da morte de Lampião e de seu bando. Todos foram decapitados e suas cabeças expostas em praça pública em várias cidades do nordeste.  
É um lugar que guarda não só as marcas violentas de uma época, mas também retrata as injustiças e crueldades cometidas por um sertanejo que tinha instrução e lia a bíblia.   
Voltamos pela mesma trilha e quando chegamos ao Restaurante Angico a nossa comida ainda estava sendo preparada. Fazia muito sol e calor e na nossa frente o Rio São Francisco com suas águas transparentes era um convite para um mergulho. Fomos nadar e nos refrescar no rio até a Luciana, proprietária do restaurante, nos chamar para almoçar.   
Era hora de provar o robalo de rio e a famosa salada de cactos que eu tanto queria experimentar. Eu nunca tinha comido cactos. O gosto lembra um pouco pepino, lembra apenas, porque é cactos e cactos só pode ter gosto de cactos. Também provei doce de cactos que me pareceu mais saboroso do que a salada.
Pedi para a Luciana me explicar como era feita a salada de cactos, porque com todos aqueles espinhos devia existir um jeito especial para se manusear os cactos. Gentilmente ela se ofereceu para me mostrar como se descasca cacto. É preciso segurar firme na raiz com uma mão e com uma faca bem afiada na outra mão dar  golpes certeiros. Olhando ela descascar com tanta naturalidade aquele cacto senti vergonha de todas as vezes que achei difícil descascar um abacaxi.   
Luciana Rodrigues Correia, proprietária do Restaurante Angico 
Almoçamos lentamente nos deliciando com a comida e com a vista luxuosa do rio São Francisco. Ninguém queria entrar no barco e começar a viagem de volta.
Na entrada de Poço Redondo, Lampião e Maria Bonita. 
Essa foto tirei da janela do ônibus viajando de Aracaju para Piranhas
        

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