segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mergulhando em Fernando de Noronha

  
“ Viajar é trocar a roupa da Alma”
Mário Quintana uma vez assim escreveu.  
Eu diria que conhecer o arquipélago de Fernando de Noronha é mais do que uma troca de roupa da alma, é tatuar na alma  a beleza de suas águas claras que lá longe no horizonte se confundem com o azul do céu. É o colorido dos peixinhos que bailam suavemente saudando quem se aventura a mergulhar nas profundezas do oceano e desvendar os seus mistérios. É a certeza de um espetáculo da natureza que nenhum texto ou foto consegue dimensionar o que é mergulhar no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha.
Audmara Veronese & Daniel Araki  Foto: Tatiana Vasconcelos
Meu primeiro mergulho com cilindro, ou seja, o “Batismo” foi no dia 12 de abril de 2011 e foi organizado pela operadora Altantis Divers. Uma embarcação nos levou até a Ilha do Meio, ponto no qual eu mergulharia. O meu instrutor, Daniel Araki, atencioso e experiente me explicou algumas normas de segurança e sinais que usaríamos para nos comunicar durante o mergulho. Com a ajuda do marinheiro vesti a roupa, coloquei todo o equipamento e pulei do barco. Já na água o Daniel me esperava para repassar alguns procedimentos, verificar se eu já estava  familiarizada com a máscara e me ensinou a equalizar os ouvidos. Em poucos minutos já estava pronta para afundar e começar a conhecer o fundo do mar. Nos primeiros metros da descida os meus ouvidos doíam muito por causa da pressão da água, mas mantive a calma e repeti os movimentos que o Daniel havia me ensinado. Consegui equalizar os ouvidos e seguimos descendo até chegarmos a uma profundidade de 14 metros.
Eu e o Daniel Araki - Foto: Tatiana Vasconcelos
Além dos muitos peixes coloridos que passavam por nós, logo no início encontramos uma tartaruga, nadamos juntos por alguns minutos. Eu me sentia dentro de um aquário, deslizando pelas águas límpidas e quentes de Noronha.A cada instante uma nova surpresa  vinha na forma de cardumes amarelo-ouro, de peixinhos azuis, cor-de-rosa, pretos e das combinações de cores mais variadas possível. Tinha também peixes grandes e talvez por causa da sua imponência nadassem solitários.
De repente avistamos o mais temido dos mares, era um filhote de tubarão perto uma grande pedra. Diz o conhecimento popular que os tubarões de Fernando de Noronha são tão bem alimentados que ignoram os intrusos, neste caso, eu e o Daniel. Assim que o avistei tratei de mudar a direção do meu nado, mas como era o Daniel quem me conduzia todas as minhas tentativas de me afastar do tubarão foram inúteis 
Audy & Daniel Araki - Foto: Tatiana Vasconcelos

O nosso próximo encontro foi com uma arraia que permitiu que a acompanhássemos no seu nado desajeitado raspando o fundo do mar. Eu estava maravilhada com tudo o que via, era como se a minha existência se resumisse naquele momento de extrema beleza e paz.
O tempo correu cruelmente e o Daniel sinalizou que já estava na hora da subida, não tínhamos mais muito oxigênio disponível nos nossos cilindros. Olhei para cima e vi uma imensidão de água azul que teria que atravessar para chegar até o barco. Nem percebi a subida, as imagens do fundo do mar tinham me envolvido de tal forma que eu não queria sair dali.
De volta ao barco, em estado de êxtase, com o olhar distante e o pensamento no fundo do mar me deixe levar até o Porto.
À noite sonhei com tudo o que tinha visto e nos dias que se seguiram mergulhei muitas outras vezes.   
  

2 comentários:

  1. Fiquei encantada com seu texto Audy!!! Nem mergulhei mas ainda sim consigo imaginar cada item descrito por você. Não tive a oportunidade de fazer o batismo mas Noronha é um lugar encantador , maravilhoso!!! Parabéns pelas belas palavras... Mírian Flávia

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  2. Audyyyyyy!!!! que delí hein amiga!! para mim uma das melhores coisas do mergulho, é o SILENCIO!!! Amo aquela paz, aquela calma, aquele silêncio.... você mergulhou em Pedras Secas?? Se não mergulhou, vai ter que voltar! bjão, Rê

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