terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Correndo a XIV Volta Internacional da Pampulha

No ano passado corri a minha primeira São Silvestre    http://audmara.blogspot.com.br/2012/01/minha-primeira-sao-silvestre.html e decidi que a próxima grande corrida que eu iria participar seria a Volta da Pampulha. A razão da minha escolha era homenagear Oscar Niemeyer e ter o imenso prazer de correr na companhia do complexo arquitetônico da Pampulha que abraça a grande lagoa.
Fiz a minha inscrição em agosto e comecei a treinar para melhorar o meu condicionamento físico e conseguir completar os 18 km da corrida com o calor de dezembro em solo mineiro.
Embarquei para Belo Horizonte na manhã da sexta-feira 7 de dezembro de 2012. A duração do voo do aeroporto de Guarulhos até o aeroporto de Confins é de apenas uma hora. Chegando lá tomei um ônibus para o centro de Belo Horizonte e foram quase duas horas de viagem do aeroporto até o meu hotel.
À tarde fui retirar o kit da corrida e havia um estande que personalizava as camisetas da corrida. Como eu sempre fui apaixonada pelas obras do Niemeyer, http://audmara.blogspot.com.br/2012/12/niemeyer-o-maior-entre-os-grandes.html resolvi fazer uma dedicatória para ele. O Cláudio, que fez a impressão, não percebeu e repetiu várias letras erroneamente. Na tentativa de remover as letras ele rasgou a camiseta. Eu fiquei profundamente desolada e disse a ele que sabia que todo mundo tinha o direito de errar em algum momento, mas não poderia ter acontecido com aquela camiseta. Ele pediu o nome do hotel que eu estava hospedada e disse que faria o possível para conseguir outra camiseta com a organização da corrida. Achei que ele iria mesmo se esforçar porque a minha tristeza era tão visível que ele se sentiu incomodado por ser o causador de tamanha frustração.  No meio da noite recebi uma ligação do Cláudio me informando que ele havia conseguido outra camiseta para mim. No sábado fui buscá-la e pedi para imprimir no lugar mais visível da camiseta: Niemeyer, genial ao invés do meu nome.
Na corrida usei o boné branco que comprei em Curitiba em 2007 quando visitei o Museu Oscar Niemeyer. Na parte traseira do boné o desenho do Museu do Olho.
 
Aproveitei o sábado para visitar várias obras do Niemeyer e também para conhecer a Lagoa da Pampulha. A primeira vista me pareceu gigante e até assustador pensar que iria correr em volta daquela lagoa que meus olhos sequer conseguiam ver o final. Não consegui dormir bem e no domingo 9 de dezembro de 2012, acordei antes das 5h00 para correr.
      Os cariocas Roberto e Eliane Gullo, eu e o Sidnei Lopes em frente o Mineirão
 
A largada da corrida era às 8h00. Desci para tomar café um pouco antes das 6h00 e assim que entrei no restaurante do hotel perguntei para um casal que também estava usando a camiseta da corrida se eles iriam tomar um taxi para o Mineirão. Era o Roberto e a Eliane Gullo, do Rio de Janeiro, que me convidaram para ir com eles no taxi. Na mesa ao lado, o Sidnei Lopes, que também tomava café, disse que ele estava de carro e ofereceu carona. Segundo ele poderíamos “nos perder” juntos, pois só teríamos o GPS para nos guiar. Aceitamos a carona inesperada e fomos para o Mineirão juntos.
Roberto Gullo, eu e o Sidnei Lopes
 Eliane Gullo, eu e o Sidnei Lopes
 De acordo com a organização da corrida 14.000 corredores se inscreveram. Houve alteração no percurso original para que a largada e chegada da prova fossem na entrada do Estádio do Mineirão. É evidente que foi uma estratégia de marketing para mostrar que a reforma do Estádio para a Copa do Mundo de 2014 está avançada. Para os corredores foi uma dificuldade a mais uma vez que a largada era na descida e a chegada com uma subida íngreme.
    Alguns minutos antes da largada da XIV Volta Internacional da Pampulha
Oficialmente o percurso era 18 km 650 metros, porém, todas as pessoas que correram com GPS registraram a distância de 19 km 300 metros.
 Eu comecei a correr com o mesmo ritmo dos treinos e procurei me manter o mais próximo da lagoa possível. A vista era deslumbrante e houve momentos que eu só ouvia a respiração dos outros corredores, suas passadas e os pássaros cantando nas árvores. No início da corrida o céu estava nublado e fazia muito calor. O primeiro ponto de hidratação era próximo do quilômetro cinco e me esforcei para pegar uma garrafinha de água entre tantos corredores. Continuei com o mesmo ritmo até chegar ao décimo quilometro e, a partir daí o sol brilhou e os termômetros marcavam mais de 30 graus.
Segui correndo com a mesma a velocidade por mais quatro quilômetros, quando avistei um homem tendo convulsão e recebendo atendimento médico. Ouvi as sirenes da ambulância abrindo caminho entre os corredores para prestar socorro. Eu nunca tinha visto ninguém passar mal numa corrida e aquela imagem me impressionou enormemente. Em seguida vi outras pessoas desmaiando e decidi diminuir o meu ritmo. Eu estava bem fisicamente apesar do calor, mas como jamais tinha corrido mais do que 16 km não queria arriscar. Procurei fixar o meu olhar na lagoa e na Igrejinha da Pampulha que se aproximava. Era uma imagem linda e um momento único para mim.
 Não demorou muito e vi a placa indicando o Km 17, faltava pouco para terminar. Continuei correndo num ritmo baixo e finalmente vi o Mineirão outra vez. Sabia que a parte mais difícil da corrida era o último quilômetro e consegui subir trotando aquele morro que se agigantava na minha frente. O meu tempo, extraoficial, para correr 19 km e 300 metros foi 2h24 minutos. Poderia ter completado a prova em menos tempo, mas isso não era o mais importante para mim. Corri para desfrutar da beleza do lugar e da magia das curvas e leveza das construções do Niemeyer.
 
No final da tarde tomei um voo de volta para São Paulo e ontem fui trabalhar normalmente. Não senti nenhuma dor ou cansaço. Acredito que agora já posso pensar em correr uma Meia Maratona, ou seja, 21 km.
 
 

4 comentários:

  1. Realmente, esta corrida vai ser difícil esquecer. Apesar das dificuldades foi muito boa.

    E pode colocar na sua agenda: Meia Maratona do Rio 2013 (a 1a. do ano).
    ok.ua.

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    1. Oi Roberto,

      Acho que terei que treinar muito para correr a Meia Maratona do Rio, principalmente por causa do calor. É uma das corridas mais lindas do Brasil e com certeza irei correr. Vamos largar juntos!
      Abraços,
      Audy

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  2. Essa corrida foi muito marcante para mim, pois conheci pessoas ótimas, prestativas, solidárias e amigas. Fiquei muito impressionada. Nossa estadia em BH foi muito rápida e não deu para curtir o local. Próximo ano quero ir com mais calma. Me preparar para correr ou andar e curtir um pouco mais a beleza do local.

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    1. Olá Eliane,

      Eu também gosto muito da hospitalidade dos mineiros e do clima das corridas que tanto aproxima as pessoas. Belo Horizonte é especial para mim porque AMO as obras do Niemeyer e consegui visitar um pouco da cidade apesar de ter tido apenas o sábado livre.Acho que a Volta da Pampulha é uma corrida belíssima e, por isso precisamos voltar para lá no ano que vem. Adorei conhecer vocês! Beijos,
      Audy

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