No ano passado corri a minha primeira São Silvestre http://audmara.blogspot.com.br/2012/01/minha-primeira-sao-silvestre.html
e decidi que a próxima grande corrida que eu iria participar seria a Volta da
Pampulha. A razão da minha escolha era homenagear Oscar Niemeyer e ter o imenso
prazer de correr na companhia do complexo arquitetônico da Pampulha que abraça a
grande lagoa.
Fiz a minha inscrição em agosto e comecei a treinar para
melhorar o meu condicionamento físico e conseguir completar os 18 km da corrida
com o calor de dezembro em solo mineiro.
Embarquei para Belo Horizonte na manhã da sexta-feira 7 de
dezembro de 2012. A duração do voo do aeroporto de Guarulhos até o aeroporto de
Confins é de apenas uma hora. Chegando lá tomei um ônibus para o centro de Belo
Horizonte e foram quase duas horas de viagem do aeroporto até o meu hotel.
À tarde fui retirar o kit da corrida e havia um estande que
personalizava as camisetas da corrida. Como eu sempre fui apaixonada pelas
obras do Niemeyer, http://audmara.blogspot.com.br/2012/12/niemeyer-o-maior-entre-os-grandes.html
resolvi fazer uma dedicatória para ele. O Cláudio, que fez a impressão, não percebeu
e repetiu várias letras erroneamente. Na tentativa de remover as letras ele rasgou
a camiseta. Eu fiquei profundamente desolada e disse a ele que sabia que todo
mundo tinha o direito de errar em algum momento, mas não poderia ter acontecido
com aquela camiseta. Ele pediu o nome do hotel que eu estava hospedada e disse
que faria o possível para conseguir outra camiseta com a organização da
corrida. Achei que ele iria mesmo se esforçar porque a minha tristeza era tão visível
que ele se sentiu incomodado por ser o causador de tamanha frustração. No meio da noite recebi uma ligação do Cláudio
me informando que ele havia conseguido outra camiseta para mim. No sábado fui
buscá-la e pedi para imprimir no lugar mais visível da camiseta: Niemeyer, genial ao invés do meu nome.
Na corrida usei o boné branco que comprei em Curitiba em
2007 quando visitei o Museu Oscar Niemeyer. Na parte traseira do boné o desenho
do Museu do Olho.
Aproveitei o sábado para visitar várias obras do Niemeyer e
também para conhecer a Lagoa da Pampulha. A primeira vista me pareceu gigante e
até assustador pensar que iria correr em volta daquela lagoa que meus olhos
sequer conseguiam ver o final. Não consegui dormir bem e no domingo 9 de
dezembro de 2012, acordei antes das 5h00 para correr.
Os cariocas Roberto e Eliane Gullo, eu e o Sidnei Lopes em frente o Mineirão
A largada da corrida era às 8h00. Desci para tomar café um
pouco antes das 6h00 e assim que entrei no restaurante do hotel perguntei para
um casal que também estava usando a camiseta da corrida se eles iriam tomar um taxi
para o Mineirão. Era o Roberto e a Eliane Gullo, do Rio de Janeiro, que me convidaram
para ir com eles no taxi. Na mesa ao lado, o Sidnei Lopes, que também tomava
café, disse que ele estava de carro e ofereceu carona. Segundo ele poderíamos “nos
perder” juntos, pois só teríamos o GPS para nos guiar. Aceitamos a carona inesperada
e fomos para o Mineirão juntos.
Roberto Gullo, eu e o Sidnei Lopes
Eliane Gullo, eu e o Sidnei Lopes
De acordo com a organização da corrida 14.000 corredores se
inscreveram. Houve alteração no percurso original para que a largada e chegada
da prova fossem na entrada do Estádio do Mineirão. É evidente que foi uma estratégia
de marketing para mostrar que a reforma do Estádio para a Copa do Mundo de 2014
está avançada. Para os corredores foi uma dificuldade a mais uma vez que a
largada era na descida e a chegada com uma subida íngreme.
Alguns minutos antes da largada da XIV Volta Internacional da Pampulha
Oficialmente o percurso era 18 km 650 metros, porém, todas as
pessoas que correram com GPS registraram a distância de 19 km 300 metros.
Eu comecei a correr com o mesmo ritmo dos treinos e
procurei me manter o mais próximo da lagoa possível. A vista era deslumbrante e
houve momentos que eu só ouvia a respiração dos outros corredores, suas
passadas e os pássaros cantando nas árvores. No início da corrida o céu estava
nublado e fazia muito calor. O primeiro ponto de hidratação era próximo do
quilômetro cinco e me esforcei para pegar uma garrafinha de água entre tantos
corredores. Continuei com o mesmo ritmo até chegar ao décimo quilometro e, a partir
daí o sol brilhou e os termômetros marcavam mais de 30 graus.
Segui correndo
com a mesma a velocidade por mais quatro quilômetros, quando avistei um homem tendo
convulsão e recebendo atendimento médico. Ouvi as sirenes da ambulância abrindo caminho entre
os corredores para prestar socorro. Eu nunca tinha visto ninguém passar mal
numa corrida e aquela imagem me impressionou enormemente. Em seguida vi outras
pessoas desmaiando e decidi diminuir o meu ritmo. Eu estava bem fisicamente
apesar do calor, mas como jamais tinha corrido mais do que 16 km não queria
arriscar. Procurei fixar o meu olhar na lagoa e na Igrejinha da Pampulha que se
aproximava. Era uma imagem linda e um momento único para mim.
Não demorou muito e vi a placa indicando o Km 17, faltava
pouco para terminar. Continuei correndo num ritmo baixo e finalmente vi o
Mineirão outra vez. Sabia que a parte mais difícil da corrida era o último quilômetro e consegui
subir trotando aquele morro que se agigantava na minha frente. O meu tempo, extraoficial,
para correr 19 km e 300 metros foi 2h24 minutos. Poderia ter completado a prova
em menos tempo, mas isso não era o mais importante para mim. Corri para
desfrutar da beleza do lugar e da magia das curvas e leveza das construções do Niemeyer.
No final da tarde tomei um voo de volta para São Paulo e
ontem fui trabalhar normalmente. Não senti nenhuma dor ou cansaço. Acredito que
agora já posso pensar em correr uma Meia Maratona, ou seja, 21 km.
Realmente, esta corrida vai ser difícil esquecer. Apesar das dificuldades foi muito boa.
ResponderExcluirE pode colocar na sua agenda: Meia Maratona do Rio 2013 (a 1a. do ano).
ok.ua.
Oi Roberto,
ExcluirAcho que terei que treinar muito para correr a Meia Maratona do Rio, principalmente por causa do calor. É uma das corridas mais lindas do Brasil e com certeza irei correr. Vamos largar juntos!
Abraços,
Audy
Essa corrida foi muito marcante para mim, pois conheci pessoas ótimas, prestativas, solidárias e amigas. Fiquei muito impressionada. Nossa estadia em BH foi muito rápida e não deu para curtir o local. Próximo ano quero ir com mais calma. Me preparar para correr ou andar e curtir um pouco mais a beleza do local.
ResponderExcluirOlá Eliane,
ExcluirEu também gosto muito da hospitalidade dos mineiros e do clima das corridas que tanto aproxima as pessoas. Belo Horizonte é especial para mim porque AMO as obras do Niemeyer e consegui visitar um pouco da cidade apesar de ter tido apenas o sábado livre.Acho que a Volta da Pampulha é uma corrida belíssima e, por isso precisamos voltar para lá no ano que vem. Adorei conhecer vocês! Beijos,
Audy