sábado, 26 de março de 2011

Pequim - Datong de trem

Cabine do trem - Pequim - Datong
Para visitar o Hanging Temple é preciso ir até Datong que fica há 300 km de Pequim e de lá são mais 70 km de carro.
Tomei um trem diurno.Gosto de apreciar a paisagem durante a viagem que neste caso seria de 6 horas. Comprei um assento na primeira classe porque é comum as pessoas fumarem nos trens que vão para o interior da China. Nas cabines, como são apenas 4 passageiros, e ao invés de bancos são camas, não é permitido fumar e há um conforto maior.Logo que me acomodei na cabine chegou uma senhora que muito contente começou a conversar comigo em chinês naturalmente. Era Inútil eu falar para ela que não estava entendendo nada, vale lembrar que essa “enorme“ frase eu falei em Mandarim com uma pronúncia digna uma vez que é frase não muito difícil para se dizer.
Para melhorar a situação chegou um rapaz que também se empolgou com a conversa na qual só eles falavam e eu me restringia a rir e repetir em Mandarim: “ Sou brasileira, não falo chinês”. Bem, de repente o rapaz teve uma idéia brilhante: pegou o computador dele, desses de última geração que parece um livro e não sei como se chama, e começou a escrever em chinês tudo o que a senhora ditava para ele. Percebi que ele tinha colocado o texto num programa de tradução que passou para o inglês e aí me deu para ler. Digitei tudo o que eles queriam saber e fiz outras perguntas em inglês para eles e devolvi o computador. Eles passaram para o chinês e liam juntos se deliciando com as descobertas sobre mim como uma criança quando ganha um brinquedo novo.  
A nossa conversa com a ajuda da tecnologia se seguiu pela viagem inteira. O Hao Guofeng é engenheiro e estava viajando a serviço e a senhora é uma médica chinesa que dá conferência no mundo todo. Ela já esteve em São Paulo e me mostrou no seu celular fotos das suas conferencias na Europa e no Brasil. Posso dizer que não foi uma viagem muito comum, afinal, nunca tinha me comunicado com alguém desta forma. Ah, teve um momento que o Hao Guofeng quis inovar e começou a escrever em chinês e traduzir para o português. Era tudo muito estranho e não fazia muito sentido. Isso me fez pensar na confusão que deve ter sido o que tentávamos contar um para o outro.
As pessoas que passavam pelo corredor ás vezes paravam para ver o que se passava na nossa cabine e a oficial do trem nos visitava com freqüência.
O que mais me impressiona é o quanto as pessoas se mostram solícitas quando se está viajando sozinha. Tem sempre alguém querendo ajudar. O Hao Guofeng até comprou uma garrafa de água para mim e depois de algumas horas de viagem comprou uma “caixinha” e me deu. Eu não tinha a menor idéia do que se tratava até abrir e descobrir que era um sorvete. Fazia frio e tomar um sorvete não era nem de longe o que eu queria naquele momento. Mas como recusar tamanha gentileza? Ele me contou que aquele tipo de sorvete em caixinha o pai dele dava para ele quando era criança como uma recompensa por ter feito algo de bom. Eu disse que neste caso então eu é quem deveria comprar o sorvete para ele...  como a conversa era via tradução do computador ele não entendeu o trocadilho.
Pela janela do trem eu via uma
vista espetacular. Fotografar com um trem em movimento  através de uma janela bem suja e com reflexo do sol não é muito fácil.

A seguir algumas fotos que fiz nestas condições e gostei do resultado.



2 comentários:

  1. Estou adorando os seus relatos da viagem, e principalmente as fotos!! Venho aqui quase que todo dia :-) Beijos

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  2. Audy... que nem tenho certeza que você falou várias vezes: SO BEAUTIFUL!!bjos, Rê

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